Em agosto de 2023, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Montes Claros apresentou uma diminuição de -0,06%, de acordo com os dados fornecidos pelo Departamento de Economia da Unimontes. Essa queda levou o acumulado no ano a 2,46% e nos últimos doze meses a 3,81%. Os principais setores afetados por essa redução foram habitação, que registrou um recuo de -2,54%, educação, com uma diminuição de -0,14%, e artigos de residência, que apresentou -0,30%.

As promoções praticadas no comércio varejista contribuíram para uma queda mais significativa na inflação, principalmente em relação aos acabamentos de produtos na construção civil, bem como tintas e seus derivados. Outros produtos que também contribuíram para essa queda foram os medicamentos, devido aos preços promocionais, assim como no grupo educação, onde os materiais escolares tiveram um recuo. 

“Chama a nossa atenção é que a alimentação, que vinha tendo queda nos últimos três meses, em agosto, principalmente em decorrência dos produtos industrializados, assim como também os in naturas e produtos in naturas frutos e verduras, subiu em relação ao mês de julho” explica a economista e coordenadora do IPC de Montes Claros, Vânia Vilas Bôas. 

Para a economista, mesmo com a queda dos números, e com alguns itens mais baratos, ainda tem pessoas que não conseguiram sentir a diferença, devido ao enfraquecimento do poder de compra. 

Vânia destaca ainda que é importante ressaltar que, apesar desse recuo, a inflação nos primeiros oito meses deste ano ficou em 2,46%, enquanto no mesmo período de 2022 estava em 8,10%— “as famílias não sentem este recuo, essa melhora nos preços dos produtos com relação ao poder aquisitivo, porque os preços continuam muito elevados, não voltaram aos patamares que tinha há três anos”.
 
CRER PARA VER
Ainda conforme a economista, no momento, o que se pode verificar é que a renda dos consumidores permanece praticamente inalterada. Em Montes Claros, o trabalhador com renda bruta de R$ 1.320,00 utilizou, em agosto, 38,75% de seu salário para a compra dos 13 produtos que compõem a cesta básica e suas respectivas quantidades. Essa cesta custou ao trabalhador R$ 511,46 em oposição a R$ 497,40 do mês anterior. 

Entretanto, alguns consumidores sentiram certo alívio no bolso, como o aposentado Antônio Paixão. “Olha, a diferença está sendo entre 10% a 15% em relação a conseguir economizar na hora da compra da cesta básica e produtos para casa”, diz satisfeito. Antônio informa que faz a compra mensal para mais ou menos 15 pessoas. “Por exemplo, comprei dois leites por R$ 9,50, sendo que no ano passado estava um pouco mais de R$ 8 reais cada um”. Para ele, “está bom e vai melhorar ainda mais”. 
 
SOBE-DESCE
O Departamento de Economia da Unimontes informou que, em Montes Claros, os preços dos gêneros básicos que compõem a Ração Essencial Mínima tiveram um aumento de 2,83% em agosto de 2023, após terem ficado em 0,75% em julho.

As variações positivas ocorreram nos preços da banana-caturra, 24,93%; tomate, 10,39% e, feijão, 2,83%. As variações negativas ficaram por conta da batata, -5,86%; leite tipo C, -1,51% e, carne bovina, -0,42%. O arroz-amarelão, a farinha de mandioca, pão de sal, café, açúcar, óleo de soja e a margarina mantiveram preços estáveis em relação ao mês anterior.

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