Inflação de julho foi a menor dos últimos anos, ficando em 0,05% contra 0,15% de junho.
João Batista diz estar otimista por ter conseguido economizar na hora de fazer as despesas para casa (Larissa Durães)
A pesquisa de variação de preços liberada pelo Setor de índice de Preços ao Consumidor do Departamento de Economia (IPC) da Unimontes, informa que a inflação de julho em Montes Claros foi a menor dos últimos anos, ficando em 0,05% contra 0,15% do mês de junho de 2023. Com esse resultado, o acumulado no ano é de 2,52%.
De acordo com a economista e coordenadora do IPC da universidade, Vânia Vilas Bôas, em julho, determinados grupos desempenharam um papel fundamental na redução da inflação. “Primeiro o grupo alimentação que contribuiu com 0,01%. E ele tem um índice de maior peso no orçamento das famílias da cidade, que estão entre um até seis salários, pois gastam a maior parte da renda com alimentação”, explica.
Ainda conforme a economista, mesmo com variação negativa, outros grupos também ajudaram na redução da inflação, como o grupo de vestuário e habitação, este último, principalmente, devido a alguns itens de material de limpeza.
Ela expressa a convicção de que essas tendências persistirão ao longo do mês de agosto. Mesmo estando ainda no inverno, já é evidente a presença de numerosas promoções de vestuário e calçados no comércio. Essa dinâmica contribui de maneira significativa para a expectativa de que esses grupos apresentem variações bastante reduzidas no próximo mês.
VILÕES DO MÊS
Fora isto, os grandes vilões da inflação, o feijão e a carne bovina, segundo a economista, vêm diminuído, como o próprio óleo de soja.
Mas há de se considerar, de acordo com ela, que mesmo com esses patamares na inflação, o poder de compra continua diminuto. “Isto, porque os preços dos produtos não voltaram aos patamares do período anterior à pandemia. E em função disso as pessoas acabam não sentindo no bolso na hora de totalizar as suas compras”.
Apesar disso, existem montes-clarenses bem otimistas. Como é o caso do porteiro, João Batista Silva Veloso, casado, com duas filhas, recebendo com a esposa cerca de três salários mínimos. “Estou otimista, porque senti que consegui economizar na hora de fazer as despesas para casa”, diz satisfeito.
Para o trabalhador, enquanto a gasolina continuar caindo, o otimismo é garantido. “Estou confiante de que a tendência é que tudo vai abaixar devido à baixa dos combustíveis”, diz.
CESTA BÁSICA
Foi necessário ao trabalhador montes-clarense, com renda bruta de R$ 1.320 utilizar 37,68 % de seu salário para a compra dos treze produtos que compõem a cesta básica e suas respectivas quantidades. Essa cesta custou ao trabalhador R$ 497,40 em oposição a R$ 493,71 do mês anterior.