Sutilmente menor

MOC: alimentos e transportes impulsionam alta de 0,60% em fevereiro

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 13/03/2025 às 19:00.
A cabeleireira Ivonete Pereira Chagas relata estar lutando contra o encarecimento dos itens que adquire a cada mês (Larissa Durães)
A cabeleireira Ivonete Pereira Chagas relata estar lutando contra o encarecimento dos itens que adquire a cada mês (Larissa Durães)

A pesquisa de variação de preços pelo Setor de Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Departamento de Economia da Unimontes indicou uma taxa de 0,60% em fevereiro de 2025, levemente inferior aos 0,61% de janeiro, acumulando 1,21% no ano.

A economista Vânia Vilas Bôas destacou que, apesar da leve redução da inflação, a alimentação segue como principal fator de pressão. “Os produtos alimentares representam mais de 27% do orçamento das famílias entre um e seis salários mínimos e tiveram um peso expressivo, contribuindo com 0,7%, equivalendo a 30% da inflação total do mês”, afirmou.

Os produtos básicos da cesta de alimentos subiram 0,55%, mas essa alta foi bem menor que a de janeiro, que chegou a 4,16%. O tomate ficou 21,02% mais caro e o café subiu 1,24%. Já itens como banana (-14,69%), batata (-10,34%) e óleo de soja (-7,26%) ficaram mais baratos. Outros produtos, como leite, pão e margarina, mantiveram o mesmo preço.

O aumento nos preços foi puxado principalmente por hortaliças, frutas e verduras, impactadas pela falta de chuvas na região. “Além disso, itens como o café continuam caros, reflexo não só do clima, mas também do aumento das exportações”, explicou a economista.

A Quaresma também influenciou a alta de pescados, miúdos e ovos, que registraram aumentos superiores a 50% nas últimas semanas de fevereiro. O setor de transportes foi outro fator relevante na inflação do mês, devido ao reajuste no transporte coletivo urbano e à alta no etanol, gasolina e óleo diesel.

As perspectivas para os próximos meses não são animadoras. “A projeção é que março ainda registre inflação alta. O mercado financeiro estima que o ano de 2025 termine com uma inflação acumulada de 5,68%. Aqui em Montes Claros, nos dois primeiros meses, já chegamos a 1,21%, e isso nos preocupa”, alertou Vilas Bôas, ressaltando que a cidade pode ultrapassar as estimativas das autoridades financeiras.

Ivonete Pereira Chagas, cabeleireira, tem enfrentado dificuldades com o aumento dos preços dos produtos que compra mensalmente. “Sim, todo mês as coisas estão mais caras, afetam, sim. Atrapalha muito”, afirma.

A situação levou Ivonete a ajustar seus hábitos de consumo. “Eu comprava o arroz melhor, agora eu tive que baixar, por um mais barato, porque está muito caro, tudo caro”, lamentou.

A disparada nos preços de alimentos tem sido notável, especialmente no caso dos ovos. “Olha o ovo, o ovo estava de R$ 17 e agora está de quase R$ 30”, observa.

Esse aumento nos preços afeta a alimentação de sua família, principalmente no que diz respeito à ajuda que ela oferece à filha. “Tenho uma filha que eu ajudo. E agora eu não estou podendo ajudar muito porque as coisas estão muito caras”, relata.

Ivonete também tem suas ideias sobre o que poderia ser feito para amenizar a situação. “Acho que é por causa dos governantes. Que todo dia aumentam as coisas”, opina.

Ela também reconhece que outros fatores, como o clima e as queimadas, agravam a situação. “Isso também atrapalha muito no que diz respeito aos preços. Então, as pessoas não deveriam queimar e nem gastar água à toa”, diz, observando que o calor intenso e a falta de chuvas pioram ainda mais a situação. “O sol tá muito quente. E não tá chovendo. Porque só choveu em janeiro aqui para a gente, isso também ajuda encarecer tudo”, conclui.

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