economia

Intenção de Consumo das Famílias registra aumento

Em relação a 2023, famílias brasileiras estão gastando mais, com maior segurança financeira

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 24/06/2024 às 19:00.
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um aumento de 0,5% em junho em comparação ao mês anterior (Larissa Durães)

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um aumento de 0,5% em junho em comparação ao mês anterior (Larissa Durães)

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um aumento de 0,5% em junho em comparação ao mês anterior, marcando a terceira alta consecutiva do índice, conforme dados divulgados pela Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar de ser a menor das recentes elevações, o indicador apresentou um crescimento significativo de 5,1% em relação a junho do ano passado, impulsionado por fatores como nível de consumo atual e renda das famílias.

Segundo a pesquisa, as famílias estão gastando mais e se sentindo um pouco mais seguras financeiramente em comparação a maio do ano passado. A pesquisa mostrou que o maior aumento foi na disposição para comprar bens duráveis, como eletrodomésticos (13,4%). Além disso, a renda das famílias aumentou 8,2%, o consumo atual subiu 8%, o acesso ao crédito cresceu 5,9%, a perspectiva de consumo melhorou 3,8% e o emprego atual teve um leve crescimento de 3,6%. No entanto, algumas áreas ainda não apresentaram melhora, como a perspectiva profissional, que caiu 2,3%.

“Estão gastando mais, mas o meu conselho é que tenham cautela”, orienta o economista Diogo Albuquerque, que acredita que, mesmo em momentos favoráveis, as famílias devem pensar no futuro. “É aconselhável que as pessoas ajam com moderação. Mesmo que tenham aumento de renda, devem economizar e investir em vez de aumentar os gastos. Isso é importante porque, em dois anos, podem enfrentar dificuldades se estiverem endividadas, especialmente em um cenário de desemprego ou inflação alta. Portanto, a cautela é essencial para evitar complicações financeiras futuras”, aconselha.

Diogo confirma que as pessoas estão mais confiantes devido ao aumento da renda e à retomada do crédito. “Após a pandemia, apesar da queda na renda média e alta inflação, as medidas governamentais mantiveram o emprego estável. Atualmente, a inflação está próxima de 4%, melhorando o cenário. O aumento da demanda, impulsionado pelo governo, reduziu o desemprego para níveis históricos, elevando os salários.”

Para ele, com salários mais altos e políticas de renegociação de dívidas, as famílias se sentem mais seguras para adquirir bens e financiar imóveis. No entanto, essa confiança pode não durar, pois as finanças públicas estão instáveis. “O governo está gastando mais do que arrecada, criando um impulso econômico temporário. Nos próximos anos, isso pode levar a uma crise, já que o governo não conseguirá sustentar esse ciclo de crescimento”, avisa.

Quem vive cautelosamente é a comerciante Laura Silva da Costa, que tem uma família de quatro pessoas. “Este ano, comprei um carro de segunda mão. Economizei por vários anos e pretendo continuar economizando, porque não é porque as coisas estão melhores e estão, que vou me endividar”, diz Laura. “Não quero que falte nada para mim e minha família, mas também não vou fazer extravagâncias”, relata.

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