Economia

Inflação tem queda em MOC

Índice foi o menor do ano, mas poder aquisitivo dos montes-clarenses continua baixo

Larissa Durães
Publicado em 06/09/2022 às 22:29.
Inflação de agosto em Montes Claros foi a menor registrada no ano (LARISSA DURÃES)

Inflação de agosto em Montes Claros foi a menor registrada no ano (LARISSA DURÃES)

Pesquisa de variação de preços realizada pelo Setor de índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) registrou índice de 0,23% no mês de agosto na cidade, contra os 0,91% de julho. 

Com esse resultado, o acumulado nos últimos doze meses na cidade é de 12,15% – nos últimos oito meses é de 8,10%. O cálculo foi feito pelo IPC com famílias que ganham até oito salários mínimos.  

“É claro que quem ganha menos, sofre mais impacto inflacionário”, destaca a economista, Vânia Vilas Bôas.

Ela avalia que, embora a inflação registrada no mês de agosto de 2022, tenha sido a mais baixa dos últimos meses, não há o que commemorar.  

“Está em 0,23% agora em agosto, enquanto em julho foi de 0,91%, ou seja, 0,68% a menos. Mas acontece que os preços dos produtos e serviços vinham acelerando demasiadamente. O que fizeram foi ter uma queda para alcançar este patamar que já era anteriormente bem alto. O consumidor não vão sentir e perceber nenhum ganho de renda, porque os preços simplesmente estão acomodado em patamares elevados”, ressalta.
 
PODER AQUISITIVO 
O IPC mensura mostrando para a população que havendo a inflação, há uma perda do poder aquisitivo da moeda.  

“Ou seja, com o que a pessoa ganhava em determinado mês, ela não consegue comprar no mês seguinte. Houve uma perda do poder aquisitivo em torno de 8,10%, nesses últimos oito meses em Montes Claros”, avalia. 

Para Vânia, se pegar os preços, principalmente produtos alimentares, que são os produtos que consomem a maior parcela da renda dos montes-clarenses, se verá que o que se compra hoje mesmo com essa queda do mês de agosto será muito superior ao preço que era registrado em 2020. “Até 2020, a população comprava certas quantidades e certas coisas, e hoje se for comprar a mesma coisa, não se compra na mesma quantidade. E se for comprar em muita quantidade, vai gastar bem mais. No fim, vai optar se compra ou não a mesma coisa ou vai ter que diminuir a quantidade, se quiser gastar o mesmo valor”, diz.  

A economista exemplifica: “se um produto custava R$ 10 e abaixou para R$ 7, pode parecer muito, mas em 2020 custava R$ 4. Então, não há o que se comemorar neste momento”, diz. 

Em agosto de 2022, O grupo habitação foi o que apresentou a melhor variação positiva de 0,92%, contribuindo com 0,23% para o resultado final do índice. Enquanto o de alimentação que tem o maior peso na composição do orçamento doméstico, apresentou uma variação positiva de 0,04%, contribuindo com 0,01%.

Os únicos grupos que apresentaram queda na inflação no município foram o de educação – variação negativa de -0,19%, contribuindo com -0,01% – e transporte ( 2,62% contribuindo com -0,21%), este último puxado, principalmente, pelas quedas dos combustíveis. 

Para um trabalhador local, com renda bruta de R$ 1.212,00 foi necessário utilizar, em agosto, 40,87% de seu salário para a compra dos treze produtos que compõem a cesta básica e suas respectivas quantidades. Essa cesta custou a ele R$ 495,31 em oposição a R$ 509,65 do mês anterior. 

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