
Pesquisa de variação de preços realizada pelo Setor de índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) registrou índice de 0,23% no mês de agosto na cidade, contra os 0,91% de julho.
Com esse resultado, o acumulado nos últimos doze meses na cidade é de 12,15% – nos últimos oito meses é de 8,10%. O cálculo foi feito pelo IPC com famílias que ganham até oito salários mínimos.
“É claro que quem ganha menos, sofre mais impacto inflacionário”, destaca a economista, Vânia Vilas Bôas.
Ela avalia que, embora a inflação registrada no mês de agosto de 2022, tenha sido a mais baixa dos últimos meses, não há o que commemorar.
“Está em 0,23% agora em agosto, enquanto em julho foi de 0,91%, ou seja, 0,68% a menos. Mas acontece que os preços dos produtos e serviços vinham acelerando demasiadamente. O que fizeram foi ter uma queda para alcançar este patamar que já era anteriormente bem alto. O consumidor não vão sentir e perceber nenhum ganho de renda, porque os preços simplesmente estão acomodado em patamares elevados”, ressalta.
PODER AQUISITIVO
O IPC mensura mostrando para a população que havendo a inflação, há uma perda do poder aquisitivo da moeda.
“Ou seja, com o que a pessoa ganhava em determinado mês, ela não consegue comprar no mês seguinte. Houve uma perda do poder aquisitivo em torno de 8,10%, nesses últimos oito meses em Montes Claros”, avalia.
Para Vânia, se pegar os preços, principalmente produtos alimentares, que são os produtos que consomem a maior parcela da renda dos montes-clarenses, se verá que o que se compra hoje mesmo com essa queda do mês de agosto será muito superior ao preço que era registrado em 2020. “Até 2020, a população comprava certas quantidades e certas coisas, e hoje se for comprar a mesma coisa, não se compra na mesma quantidade. E se for comprar em muita quantidade, vai gastar bem mais. No fim, vai optar se compra ou não a mesma coisa ou vai ter que diminuir a quantidade, se quiser gastar o mesmo valor”, diz.
A economista exemplifica: “se um produto custava R$ 10 e abaixou para R$ 7, pode parecer muito, mas em 2020 custava R$ 4. Então, não há o que se comemorar neste momento”, diz.
Em agosto de 2022, O grupo habitação foi o que apresentou a melhor variação positiva de 0,92%, contribuindo com 0,23% para o resultado final do índice. Enquanto o de alimentação que tem o maior peso na composição do orçamento doméstico, apresentou uma variação positiva de 0,04%, contribuindo com 0,01%.
Os únicos grupos que apresentaram queda na inflação no município foram o de educação – variação negativa de -0,19%, contribuindo com -0,01% – e transporte ( 2,62% contribuindo com -0,21%), este último puxado, principalmente, pelas quedas dos combustíveis.
Para um trabalhador local, com renda bruta de R$ 1.212,00 foi necessário utilizar, em agosto, 40,87% de seu salário para a compra dos treze produtos que compõem a cesta básica e suas respectivas quantidades. Essa cesta custou a ele R$ 495,31 em oposição a R$ 509,65 do mês anterior.