
O anúncio da ampliação da empresa farmacêutica Novo Nordisk, cuja unidade em Montes Claros já é reconhecida como a maior fabricante de insulina do mundo, atraiu à cidade o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta última segunda-feira (7). Acompanhando-o, estava uma comitiva composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e por ministros de estado, incluindo Fernando Haddad, da Fazenda, Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, e Alexandre Padilha, da Saúde. Também se fizeram presentes os ministros mineiros Alexandre Silveira e Macaé Evaristo, responsáveis pelas pastas de Minas e Energia e da Educação, respectivamente, além de diversos parlamentares estaduais e federais.
Durante o evento, o presidente Global da Novo Nordisk, Lars Jordensen, anunciou investimento de 6,4 bilhões, para expansão em uma área de 74 mil m² que contemplará processos adicionais de produção asséptica, construção de um centro de armazenamento, novo laboratório de controle de qualidade e abertura de 600 vagas de emprego. “Este investimento histórico aumentará de forma significativa a nossa capacidade de atendimento à crescente demanda por medicamentos no Brasil e no resto do mundo, além de reforçar a força do Brasil na potência da produção farmacêutica. Tenho orgulho da presença que temos no Brasil e sou grato à parceria com as autoridades”, disse Lars, que revelou estar há 35 anos na empresa.
Em seu pronunciamento, o presidente Lula destacou a diversidade, justiça social, acesso e responsabilidade ambiental como pilares da sua governança e ressaltou que a farmacêutica está alinhada com essa proposta. “A Novo Nordisk prova que é possível implantar um modelo produtivo com base em três dimensões inseparáveis, a social, a econômica e ambiental, em sintonia com as urgências do planeta e a demanda por sustentabilidade”, afirmou o presidente, fazendo referência ao projeto da empresa que vai utilizar painéis de energias solares e reaproveitamento de água da chuva. Lula ainda destacou que a Novo é uma das maiores fornecedoras de medicamentos para o SUS e essencial na efetividade da política de saúde.
Inclusão e reconhecimento
Considerada pelo segundo ano consecutivo como a melhor empresa para se trabalhar no Brasil, a Novo Nordisk tem um percentual de pessoas negras em seu quadro de funcionários, acima do que se vê em todo o país. Um deles é Ben Hur Balbino dos Santos. “Sou preto, de origem periférica, estudei em escola pública e, por ter as competências necessárias, fui escolhido para vestir o capacete de gerente de construção de um dos maiores projetos de expansão da indústria farmacêutica mundial. Ocupar este espaço servirá de inspiração para muitos jovens, principalmente pretos e pobres. Desistir nunca foi uma opção”, declarou Ben-Hur.
O Governador Romeu Zema foi convidado, mas não veio a Montes Claros. Ele alegou compromissos em São Paulo para justificar a ausência.
Expansão valoriza ensino e saúde regional
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, falou sobre a gama de possibilidades para a região norte-mineira a partir da iniciativa da empresa. “É um marco para o Norte de Minas e vai além da geração de emprego. A cidade já é um polo farmacêutico e o setor investe muito em termos de pesquisa e desenvolvimento. Traz com ele, além da cadeia de fornecedores, o desenvolvimento acadêmico, já que demanda mão de obra qualificada, impulsiona o Senai e as universidades locais”, analisa. Para Flávio, a articulação do poder público e da iniciativa privada foram essenciais no resultado que toma forma agora. “São indústrias desejadas pelo mundo todo e disputadas por vários países. Montes Claros ganhou. Fizemos um trabalho vigoroso e questões fundamentais foram equacionadas para que o investimento viesse a Minas Gerais. Esperamos que essa situação de hoje seja a primeira de muitas etapas que virão”, disse.
O presidente do Hospital Mário Ribeiro (HCMR), Ruy Muniz, e as diretoras Raquel Muniz e Luciana Santana foram conhecer de perto a nova estrutura que vai permitir ampliar a produção de medicamentos, além de possibilitar a produção de outros com tecnologia ainda mais avançada.
Para a reitora da Funorte e diretora do HCMR, Raquel Muniz, “a expansão vai gerar mais empregos, reforçando a importância da qualificação profissional, sempre ofertada pela Funorte, de forma qualificada. Para nós do Hospital Mário Ribeiro, a produção de novos e mais medicamentos tão próximos vai nos permitir levar ainda mais uma Medicina Avançada para todos”, analisou Muniz.
Já para o presidente de honra do Hospital Mário Ribeiro e da Funorte, Ruy Muniz, “a Funorte forma não apenas farmacêuticos, mas também diversos outros profissionais que, com essa expansão, serão indiretamente beneficiados com mais oportunidades de empregos e empregos qualificados. Além disso, o Hospital Mário Ribeiro tem um papel essencial no cuidado com a saúde da população. Sabemos o quanto a produção de medicamentos de última geração é fundamental para promover esse cuidado. Os produtos da Novo contribuem significativamente. Porque eles estão sempre evoluindo. Essa expansão representa avanços concretos para a nossa região, para as pessoas que vivem aqui”.