Juventude investidora

Faixa etária dos que ingressaram na B3 recuou 11 anos de 2016 a 2022

Hermano Chiodi
Repórter (*)
02/03/2022 às 09:36.
Atualizado em 02/03/2022 às 09:45

Levantamento da B3 – Bolsa de Valores brasileira – mostra que a quantidade de jovens investindo no mercado de ações é cada vez maior. É um público com maior disposição ao risco, que investe pensando no longo prazo e está atrás de rentabilidades maiores do que as oferecidas por investimentos tradicionais, como a poupança. A adrenalina do sobe e desce do mercado de ações é um atrativo. 

De 2016 a 2022 a idade média do investidor brasileiro recuou 11 anos. Hoje, dos 5 milhões de brasileiros com contas na bolsa de valores, 62% têm menos de 40 anos. E boa parte desse “rejuvenescimento” está relacionada à entrada no mercado financeiro de um contingente que acabou de começar a vida profissional.

Atualmente, 600 mil brasileiros com até 24 anos investem em ações. Em termos percentuais, é o grupo que mais cresceu: 12% do todo; há cinco anos não somavam 1%. 

“Comecei na bolsa de valores em 2020 e fui aprofundando na construção do meu portfólio de investimentos. Comecei a ter ações e fundos imobiliários, o que me permitiu diversificar ainda mais”, diz o estudante de 22 anos André Boaventura. “O que me motiva pro risco é uma perspectiva de longo prazo”, acrescenta. 

Aos 23 anos, o empresário Lucas Hermes Salgado diz que a entrada na B3 foi há 6 anos, quando buscava uma fonte de renda que lhe permitisse ter tempo de qualidade para outros afazeres, além de bons ganhos. No início, Opções Binárias (ou de retorno fixo, para quem buscam lucrar no curto prazo). Depois, Forex (compra de moedas estrangeiras).

“Foi muito desafiador começar na B3, pois tinha muitas taxas e eu não conseguia entender muito bem como funcionava, mas comecei a estudar, fui entendendo e gostando cada vez mais. Busquei me capacitar e os resultados começaram a vir de forma gradativa. Hoje ajudo dezenas de pessoas a investir, mostrando o que eu fiz de errado e o que fiz de certo”.

Questionado sobre uma das principais dicas para quem deseja entrar nessa área, Lucas Salgado avisa: “Se for para arriscar, que seja um dinheiro que você possa perder, de forma que não vai passar dificuldades futuras”, ensina. 

Segundo o professor de Economia Márcio Salvato, é muito comum encontrar entre os jovens investidores o gosto pelo risco do mercado de ações. Mas é preciso tomar cuidado, alerta o especialista. 

“O jovem é mais propenso ao risco, a manter uma posição de jogo. Gosta de contar quando ganha, mas às vezes não conta quando perde. Faz parte. Mas é preciso ter cuidado”, observa.

Segundo Salvato, o maior erro do investidor jovem é ir direto para o maior risco. “São muitos exemplos de pessoas que entram afoitas no mercado de ações e acabam perdendo tudo. É preciso diversificar os investimentos e suavizar possíveis perdas”, sugere.

Opções como o “Day Trade”, comprar ações e vender no mesmo dia, chamam atenção dos jovens, mas tem um percentual de ganho baixo. “Às vezes é melhor se permitir ganhar menos agora, mas ganhar sempre”, opina o professor.

(*) Com Leo Queiroz


 

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