Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) atingiu 79% do total de lares no país em agosto.

O crescimento da proporção de endividados acelerou na passagem mensal, com aumento de um ponto percentual. Em relação a agosto do ano passado, a proporção de endividados apontou alta de 6,1 pontos percentuais.

Para a pedagoga e viúva, MFJFB, de 40 anos, que tem uma filha de 16 anos, a palavra dívida é uma constante no seu vocabulário.
“Faço uso frequente do empréstimo pessoal no Banco do Nordeste. Sempre utilizo o crédito que tenho disponível no meu cartão e também o limite do meu cheque especial, para complementar a minha renda e dar conta de manter as despesas”, conta.

Juros altos

MFJFB, relata que os juros são muito altos, “no cheque especial é 8%, mensal, a linha de crédito varia de 3% a 4%”. O que dificulta muito ela conseguir resolver essa dívida perene. 

“Vai virando bola de neve que vai sendo empurrada pra frente. Então eu recorro a um extra como vendas de cosméticos, só que o que entra nesta tentativa de buscar um extra, ainda assim fica inferior. Aí vai entrando um ano, e o próximo ano e vou sempre empurrando a bola de neve pra frente”, conta a pedagoga. 

Com isso, MFJFB, desabafa dizendo que vivendo dessa maneira, se perde a expectativa de chegar em algum mês e conseguir sobreviver com apenas o salário para despesas básicas e ainda assim sobrar um “pouquinho” de dinheiro para o lazer.

“Porque devido a tantas dívidas, a gente nem pensa mais em lazer, é mesmo só o básico, porque nunca sobra, está sempre em déficit”, lamenta.

Compartilhar