Restaurante teve 100% de lotação nos dias de jogo do Brasil; Paulo Henrique (à direita) vendeu 90% do estoque de camisas da Seleção. (LEONARDO QUEIROZ/ARQUIVO PESSOAL)
O Brasil entraria em campo nesta terça-feira (13) para disputar uma das semifinais da Copa do Catar 2022 senão tivesse sido eliminado pela Croácia na sexta-feira passada. Uma eliminação que colocou ponto final na esperança do brasileiro de comemorar o hexa - e de empresários em faturar mais.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estimava uma alta média de 30% no movimento até o fim da Copa. Com o Brasil fora, a previsão caiu pela metade.
“Com a derrota, o resultado deve despencar, mas será ainda positivo. Estamos estimando 15%, até porque boa parte do resultado já aconteceu”, explica Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
O economista Aroldo Rodrigues explica que o impacto da eliminação não é tão grande.
“O Brasil foi eliminado nas quartas e teríamos somente mais dois jogos mesmo se o Brasil fosse campeão. Basicamente, uma semana sem eventos da Copa do Mundo e quem iria comprar seus adereços, camisa e decoração já comprou sem muitos prejuízos maiores para os comerciantes. Sabemos que é difícil vender esse material depois da Copa. Para quem faz investimento na área de bares e restaurantes, a maioria dos produtos é perecível e comprado na semana do evento. E já prevendo que não vai ter a demanda na terça e domingo a compra já é menor. As mais duráveis serão vendidas posteriormente, sem configurar uma perda”, explica o economista.
100% DE LOTAÇÃO
O bar Vila 61 que teve 100% da sua lotação nas partidas do Brasil já tinha todas as mesas reservadas para os dois possíveis jogos.
“O nosso balanço foi super positivo com a Copa. Além dos dias extras, nossa casa em dias normais sempre está com mais de 90% de sua ocupação acomodando e atendendo bem a todos os clientes. A grande diferença veio no jogo da segunda-feira, aumentando a demanda como em dias normais. Nosso investimento para a Copa foi baixo. Gastamos apenas com decoração e mais tv’s para transmissão. Nada fica perdido. E mesmo não havendo essa alta demanda para os dois próximos jogos, seguimos com nossa programação de final de ano e sem a decoração verde amarela”, conta o gerente geral do bar, Udson Rafael.
VENDEU 90%
O empresário Paulo Henrique Vieira Gusmão de 25 anos, proprietário da loja virtual @ph.explore na internet investiu em centenas de camisas da Seleção Brasileira. Mesmo com a eliminação, se diz feliz com o resultado do investimento.
“Vendemos mais de 90% do nosso estoque. As pessoas investiram com antecedência para garantir a camisa para torcer pelo Brasil. O resultado foi ótimo com as vendas e já estamos seguindo o ritmo do Natal e Ano Novo divulgando nossos produtos para esta ocasião. Restou menos de 10% de nosso investimento para a Copa”, contabiliza.
A atendente Larissa Campos conta que está fazendo falta torcer pelo Brasil.
“Foi muito bom estar ao lado de meu namorado e amigos festejando e torcendo pelo Brasil na copa. Já estamos sentindo falta desse momento, mas a vida continua e podemos nos reunir para as próximas comemorações de fim de ano. Nosso investimento foi apenas em camisa da Seleção e o gasto maior foi em assistir fora de casa o que gera um custo com alimentação e bebida. Agora só daqui a quatro anos”, lamenta.