Com orgulho, José Carlos faz parta da história do comércio de Montes Claros (Larissa Durães)
Na última terça-feira (27), foi celebrado o Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas. No cenário brasileiro, de acordo com o Ministério da Economia, as micro e pequenas empresas constituem 99% dos estabelecimentos comerciais do país, representando também 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Em Montes Claros, Norte do Estado, 95,67% das empresas ativas são enquadradas como Micro e Pequenas Empresas (MPEs), o que equivale a 44.037 comércios na cidade; conforme a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM).
Um dos lojistas mais notáveis da cidade, José Carlos Alves, comenta que trabalha no comércio montes-clarense aproximadamente 30 anos; vendo a cidade se desenvolver e prosperar. “Foi o meu pai quem fundou a loja em 1942, e funcionou em dimensões maiores quando ele ainda tomava conta. Com o passar do tempo e com a mudança do comércio e lojas de departamento especializadas, sentimos que teria que fazer uma mudança e partimos para trabalhar somente com confecções masculinas. Antes, a gente trabalhava com um pouco de tudo de eletrônicos a calçados”, conta. “Hoje, me sinto parte dos comerciantes de Montes Claros, trazendo o legado do meu pai até hoje e contribuindo com a economia da cidade”, completa o comerciante.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Montes Claros (CDL), Ernandes Ferreira, a importância das micro, pequenas e médias empresas para a economia da cidade é fundamental. “A importância é muito grande, porque não só para Montes Claros, quanto para o Brasil, a quantidade de microempresas representa uma fatia muito grande dos empreendedores no país. Então, essas empresas são o pontapé do empreendedorismo no país, a pessoa começa a empreender na micro e pequena empresa”, explica.
De acordo com Ferreira, para que essas empresas prosperem ainda mais, é necessário que os governos diminuam a burocratização. “Outra coisa é diminuir a carga tributária sobre elas, porque é muito onerada. Mesmo através do Simples, porque já não é mais Simples para as pequenas e micro empresas; o sistema tributário para elas ainda é muito complexo, a carga ainda é alta. Os governantes precisam buscar alternativas para estas micro e pequenas empresas”, pondera o presidente da CDL.
VALORIZAÇÃO
Já para o presidente do Sindicato do Comércio de Montes Claros, (SindComércio) Glenn Andrade, a data de 27 de junho é uma data que rebusca a consciência da valorização e exaltação das micro e pequenas empresas; pois, segundo ele, é através delas que é gerado absolutamente a maior parte dos empregos e no Brasil. “Não tem como escoar os produtos no país sem as micro e pequenas empresas. E, até a semana passada na reforma tributária, não se mencionava a micro e pequena empresa. Só o agronegócio e as indústrias. Mas sem essas empresas, não tem economia”, alerta.
Andrade considera que essa data também seja um marco para que se reforce junto ao Governo a necessidade de uma reforma tributária onde a micro e pequena empresa não fique à margem do discussão dessa reforma. “É importante que elas estejam inseridas na reforma tributária, pra que elas também sejam beneficiadas e inseridas no processo de modernização do empreendedorismo no Brasil”, acredita.
“Os Simples estão defasados, nas alíquotas dos Simples os cálculos estão extrapolando a realidade de capacidade das empresas e a um sublimite do Simples Nacional entre os estados e a União. Os estados e a União estão desalinhados no cálculo do Simples, o que pode gerar problema para as micro e pequenas empresas que optaram pelo Simples. Então tem que ser revistos os Simples Nacional para que 90% das empresas do Brasil possam sobreviver, que são as micro e pequenas empresas”, completa Glenn.