Ouro doce

Em Janaúba, Dia de Campo da Apicultura promete fortalecer atividade

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 13/09/2024 às 19:00.
Para Maria Aparecida, trabalhadora rural e apicultora, o trabalho com abelhas proporciona uma boa fonte de renda (Maria Aparecida da Silva Aguiar)

Para Maria Aparecida, trabalhadora rural e apicultora, o trabalho com abelhas proporciona uma boa fonte de renda (Maria Aparecida da Silva Aguiar)

A apicultura continua sendo uma das principais atividades agropecuárias do Norte de Minas, envolvendo milhares de produtores rurais. Para fortalecer e aprimorar essa prática, o Sistema Faemg Senar, através do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), realizará o 2º Dia de Campo da Apicultura em 14 de setembro, no Parque de Exposições de Janaúba, das 8h às 16h. O evento deve reunir entre 200 e 300 apicultores, promovendo o desenvolvimento da cadeia produtiva na região de Janaúba, Porteirinha e Serra Geral. A programação inclui palestras e oficinas voltadas para o aprimoramento técnico e certificação da produção apícola.

Dirceu Martins, gerente regional do Sistema Faemg Senar em Montes Claros, destacou a relevância do 2º Dia de Campo da Apicultura em Janaúba. Segundo ele, a região da Serra Geral, composta por 17 municípios, já realiza um trabalho sólido na apicultura, com Porteirinha liderando o setor. “Toda a área, incluindo Janaúba, Matias Cardoso, Mamonas e Gameleira, se destaca pela força de seus apicultores, e este ano, decidimos prestigiar esses municípios com o evento”, explicou.

Sobre as palestras e oficinas, Dirceu ressaltou que o Sistema Faemg Senar já oferece capacitações há muitos anos, abrangendo não apenas a apicultura, mas também boas práticas de produção. “Esse evento, focado exclusivamente na apicultura, é uma oportunidade única para produtores de toda a região Norte conhecerem novas tecnologias e trocarem experiências, de forma gratuita. Quem quiser participar, basta comparecer”, afirmou.

Ele também destacou a viabilidade econômica da apicultura, que não exige grande investimento inicial. “Tanto pequenos quanto grandes produtores podem gerar renda com a apicultura, que além de ser financeiramente viável, contribui para a preservação do meio ambiente”, concluiu.

PALESTRAS
Gláucio Gorgel Espínola será um dos palestrantes do evento, abordando os desafios da apicultura no semiárido. Ele ressaltou que a apicultura nessa região exige maior profissionalismo e conhecimento dos apicultores. “Diferente de outras áreas do Brasil, no semiárido enfrentamos a escassez de água, o que afeta diretamente a disponibilidade de pasto apícola para as abelhas. É crucial que o Norte de Minas invista na apicultura, pois as abelhas são essenciais para a polinização e a preservação do meio ambiente”, afirmou Gláucio.

Além dos benefícios econômicos, Gláucio destaca o impacto ambiental da apicultura. “Os apicultores não são apenas produtores de mel, mas também agentes na preservação da flora local. A polinização das abelhas garante a reprodução das plantas e a manutenção das florestas. Isso, por sua vez, contribui para o aumento da produtividade de culturas como o café e o alho, que dependem das abelhas para melhores colheitas”.

Ele também alertou para os desafios específicos da apicultura no semiárido, onde detalhes podem afetar drasticamente a produção. “Com um ciclo de vida curto de 42 dias e floradas limitadas, qualquer erro pode ser prejudicial para a colmeia. Por isso, é vital adotar boas práticas e técnicas adequadas para garantir a produção”, enfatizou.

Gláucio ainda reforçou a necessidade de os apicultores pensarem como plantadores de árvores. “Assim como o produtor de leite planta cana para a silagem, nós, apicultores, devemos cultivar árvores que futuramente fornecerão néctar e pólen para as abelhas. É fundamental promover o plantio de espécies que alimentem as colmeias”, concluiu.

OURO DOCE
Para Maria Aparecida da Silva Aguiar, trabalhadora rural e apicultora, o trabalho com abelhas proporciona uma boa fonte de renda para sua família. “É uma atividade que não ocupa todo o meu tempo e traz um retorno ótimo. Não penso em desistir tão cedo”, declarou.

“Tem gasto, mas não é aquele gasto, imenso. Eu sempre falo aqui com o pessoal que mexer com gado e leite dá muito mais gasto do que com apicultura. E também é muito mais trabalho mexer com gado do que com abelhas”, explica Aguiar. 

Ela incentiva aqueles que estão em dúvida a começarem na apicultura e a participarem de eventos e cursos voltados à área. Segundo ela, esses encontros oferecem oportunidades de aprendizado e troca de experiências com outros apicultores. “Sempre há algo novo para aprender, e quanto mais você participa de eventos e cursos, mais conhecimento adquire”, finaliza.

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