Na tentativa de combater a inadimplência no país e ajudar os brasileiros endividados a pagarem suas dívidas, o governo federal lançou o “Desenrola Brasil”, que possibilita a renegociação de dívidas. O programa que deverá beneficiar até 70 milhões de pessoas, sendo cerca de 40 milhões na faixa I e 30 milhões na faixa II, é voltado para pessoas físicas.
A faixa I, é para aqueles que recebem até dois salários mínimos ou que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Esse grupo pode renegociar até R$ 5 mil reais. O pagamento da dívida poderá ser à vista ou por financiamento bancário em até 60 meses, sem entrada, por 1,99% de juros ao mês e primeira parcela após 30 dias. Os beneficiários serão incentivados a realizar curso de Educação Financeira, que estará disponível no momento de habilitação ao Programa.
A faixa II, é destinada somente às pessoas com dívidas no banco, que poderá oferecer a seus clientes a possibilidade de renegociação de forma direta. Essas operações não terão a garantia do Fundo de Garantia de Operações (FGO). Para que as instituições não tenham prejuízo, o governo dará um incentivo regulatório para que aumentem a oferta de crédito.
Tanto na faixa I como na faixa II, as operações contratadas no âmbito do Desenrola Brasil estarão isentas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

Nome limpo
Para a doméstica, S.F, que deve R $1.500 reais há quatro anos, é uma oportunidade imperdível para renegociar a dívida. “Eu ganho R$ 1 500 no mês, quando tem trabalho. Então é interessantíssimo e uma oportunidade ótima para quem está há anos querendo limpar o nome e não tem condição, como eu. Agora vai ficar umas parcelas que cabem no meu bolso, e vou poder limpar o meu nome e voltar a ter crédito na praça e cartão também”, diz satisfeita. 
O contador Glenn Andrade, entende que além de dar à pessoa a possibilidade de regularizar a sua situação, junto do Cadastro do Sistema Econômico Nacional, também vai poder fazer com que ela possa retomar o consumo e o seu planejamento normal e quitar a sua dívida, já renegociada com grande desconto. “ Com isso, certamente a pessoa, tendo o nome limpo, vai retomar o consumo. O que se espera é que seja de forma consciente. Mas acredito na conscientização da pessoa diante da dificuldade que passou no momento que o seu nome estava no cadastro negativado”, frisa. 
De acordo com as regras do programa as dívidas serão leiloadas para operadoras de crédito, ou seja, o governo vai fazer um leilão entre os bancos, e o que oferecer o maior desconto é que vai ser o operador daquela dívida. 

*Com o Ministério da Fazenda

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