economia

Desafios tarifários em meio ao calor intenso no Brasil

‘Calorão’ provoca mudanças no consumo que preocupam o bolso dos consumidores

Larissa Durães
Publicado em 13/12/2023 às 20:19.
Conforme especialista, algumas dicas podem ser adotadas para minimizar os impactos na conta de energia (FREEPIK)

Conforme especialista, algumas dicas podem ser adotadas para minimizar os impactos na conta de energia (FREEPIK)

As ondas de calor no Brasil estão desencadeando uma ativação expressiva de termelétricas para atender à crescente demanda energética. Contudo, essa realidade não vem sem suas preocupações, especialmente no que diz respeito aos potenciais aumentos nas tarifas de energia.

Cláudia Rezende, dona de casa, expressa sua apreensão. “Estou morrendo de medo da conta que vai chegar. Uso ventilador o dia todo, porque se desligo passo mal, e também tenho medo da conta da água. Quem aguenta ficar sem tomar vários banhos?”.

Apesar das previsões meteorológicas indicarem temperaturas médias até 2°C acima da média para dezembro, há otimismo em modelos meteorológicos que apontam chuvas abundantes e a possível dissipação do fenômeno El Niño. Esses fatores oferecem perspectivas positivas, sugerindo que o aumento nas tarifas pode ser contido.

Entretanto, para o professor Flávio Pimenta de Figueiredo, engenheiro agrícola e professor titular do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, a realidade no Norte de Minas é distinta. Enquanto o Sul do Brasil enfrenta muita chuva, as regiões Norte, Sudeste e Nordeste experimentam uma seca intensa. “O Norte de Minas, infelizmente, está sendo duramente afetado, recebendo apenas 50% das chuvas esperadas”, destacando. 

Sobre a possibilidade chuvas para esse fim de ano, Figueiredo comenta — “Se vierem essas tão abençoadas chuvas nesse final de ano, ela pode promover duas vertentes. A primeira, exigindo a permanência da defesa civil, porque com certeza serão chuvas de alta intensidade. E, na segunda vertente, pode diminuir as temperaturas, podendo assim, consequentemente, diminuir o uso dos ventiladores, do ar condicionado”, completa. 

Para suavizar os custos, a Cemig propõe medidas de economia, enfatizando o uso consciente de ventiladores e a atenção ao tempo de utilização para evitar impactos significativos nas faturas de energia. Em relação ao ar-condicionado, a empresa orienta a preferência por modelos eficientes, adotando práticas como manter ambientes fechados, utilizar cortinas para bloquear a luz solar e ajustar a temperatura para 23°C ou 24°C. 

Para economizar no banho, Thiago Batista, engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, alerta que ao colocar a chave do chuveiro na posição verão, as pessoas podem ter economia de, aproximadamente, 30% do consumo. “Mas, mesmo assim, é importante que o tempo seja mantido, pois, não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho”, explica. 

A Copasa assegura que o sistema de abastecimento em MOC opera normalmente, sem risco de desabastecimento. Quanto à tarifa, a companhia esclarece que é definida pela ARSAE-MG e foi reajustada em 4,21%, índice inferior ao IPCA acumulado até outubro de 2023 (4,82%). A metodologia de cálculos considera não apenas a correção inflacionária dos custos administráveis, mas também a variação de componentes não administráveis, como o aumento nas tarifas de energia elétrica pela ANEEL em maio de 2023.

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