Além de complementação de renda para famílias no período de safra dos produtos do Cerrado, também gera consciência de conservação do bioma
Polpas de frutas , pequi e buriti, entre outros, têm se tornado importantes fontes de renda para agricultores da região norte do Estado (Divulgação/Cooperativa Grande Sertão)
Polpas de frutas , pequi e buriti, entre outros, têm se tornado importantes fontes de renda para agricultores da região por meio do Agroextrativismo.
Aparecido Alves de Souza, Secretário da Cooperativa Grande Sertão, que conta com 280 associados e atua em 32 municípios, explica que a finalidade maior do Agroextrativismo é a soberania e segurança alimentar. Garantidos estes principios, o agricultor começa então a comercializar o excedente.
“É uma complementação de renda muito importante para as famílias no período de safra dos produtos do Cerrado. É importante também para gerar consciência de conservação do bioma. A gente trabalha isso como um princípio muito forte. Precisamos conservar o Cerrado”, diz.
O potencial da região é tão grande que o Buriti, um dos produtos trabalhados pela cooperativa, alcança um volume de produção de 20 toneladas de óleo. Parte dela é absorvida por exemplo, pela Natura, gigante brasileira de cosméticos que utiliza o óleo norte-mineiro na fabricação da linha Ekos.
“O Buriti tem uma sazonalidade maior. A gente processa safras fortes a cada 4 anos. É uma quantidade significativa. Muita gente consome a marca e não sabe que o produto vem daqui”, diz o agricultor.
O Pequi, outro produto encontrado com fartura na região, tem um vasto espectro de exploração. Polpa, caroço, pequi congelado, óleo e castanha, são algumas das ofertas que o fruto proporciona. Apenas a casca ainda não é objeto do manejo. O fruto Baru é o próximo alvo dos Agroextrativistas. “Estamos em fase de mapeamento da cadeia produtiva”, revela o cooperado.
SEMINÁRIO
O Agroextrativismo será tema de Seminário promovido pelo Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas ( Codanorte) eu vai até quarta-feira (26), com o intuito de capacitar agricultores e fomentar parcerias no setor. A programação inclui palestras, Workshops, mesa redonda, painéis , oficinas, mostra científica e degustação de produtos do cerrado mineiro. E o pequi, fruto queridinho do Norte de Minas ganha um capítulo especial no evento com a reunião ordinária do Conselho Pró-Pequi, uma instância de participação social criada pelo governo de Minas Gerais para promover o desenvolvimento sustentável do Cerrado Mineiro.
Entre os parceiros do evento estão a FUNORTE , Emater -MG, Unimontes, Epamig e Instituto de Ciências Agrárias – ICA/UFMG, local escolhido para sediar o seminário, a partir das 8h da manhã.