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Um dos convidados para a exposição de artes que será realizada no próximo dia 29 em Montes Claros, simultaneamente à palestra de Pedro Superti – especialista em marketing de diferenciação –, será o artista plástico Marcos Maia, de 39 anos.
Formado em Enfermagem, Marcos Maia cursou artes plásticas no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez (Celf). Sua ideia é usar o evento para inserir a arte no cotidiano das pessoas, não somente como algo contemplativo, mas também reflexivo.
“É nosso dever social educar as pessoas nesse processo, também ajudar na conservação do patrimônio artístico público, incentivar a criação como fonte de renda e preservação da cultura e meio ambiente”, diz o artista, que apresentará um trabalho relacionado a vitrais.
Confira nosso bate-papo:
Em sua opinião, como anda o mercado de artes plásticas no Norte de Minas? Há alguma tendência a melhorar?
O mercado de artes de maneira geral está em baixa, devido à economia do país, que também está em baixa, e à instabilidade político-social instalada. As pessoas preferem investimentos mais seguros. A partir do momento em que se normalize, é possível que o mercado se aqueça. No Norte de Minas, onde a maioria da população não é muito privilegiada financeiramente e as pessoas priorizam suas necessidades básicas, a arte se torna secundária. Mas, para os apaixonados, realmente não há crise (risos).
De que forma a pintura e a fotografia exercem influências no seu trabalho cotidiano?
Sou uma pessoa que tem o sentido extremamente visual. As imagens me fascinam! As cores me atraem! Por isso, vejo nos vitrais uma das primeiras formas de expressão com suporte em vitro e reflexo com luz solar. Como se fosse um das primeiras televisões. Elas foram, inicialmente, produzidas para facilitar a catequização pela Igreja Católica, que também admiro muito em sua forma de controle social e simbolismos.
Nós sabemos que a arte tem como uma de suas metas refletir o contexto social de sua época. Como ela se caracteriza nos tempos atuais e o que estaria refletindo sobre o mundo em que vivemos?
Hoje, temos uma invasão de imagens. De várias formas e até de qualidade questionável. A pergunta é de profunda reflexão. ‘O que é arte?’ Diante disso tudo? Acredito que, antes de tudo, esse material – “suporte” fotografia, telas, esculturas – tem que passar pelas mãos de um artista. E isso deve ser dividido com a sociedade, compartilhado. Isso é cultura. Quanto mais compartilhada, mais o ser é cultural. É muito comum hoje a arte em murais de edifícios, em muros. O grafite. É esse o reflexo da contemporaneidade, inserir a arte no cotidiano.
Como você vê o momento cultural no dia de hoje?
Hoje está incrível. Temos acesso em 360 graus do Museu do Louvre, em Paris, pela internet; da Capela Sistina, em Roma, enfim, dos principais museus do mundo, de bibliotecas com volumes raros, pergaminhos de várias épocas e estilos, tudo a um clique. É um dos momentos de maior acesso à cultura e à arte, ou a “alta arte”!
Como sobreviver de arte no Norte de Minas?
Ainda são pouquíssimos os artistas que conseguem. A maioria tem outra fonte de renda. Eu custeio minhas exposições. O incentivo por parte do empresariado também é escasso. E as politicas públicas atuais não favorecem. Acredito que temos obrigação de contribuir artisticamente e cultural com a sociedade e o meio ambiente.