Michelle Tondineli
Repórter
O espetáculo Vida Privada será apresentado nos dias 24 e 25, ás 19 e ás210 21 horas, no Centro Cultural Hermes de Paula. Sob a direção de Aroldo Soares e apresentações de Fernando Coelho e Jéssica Klantayque.
De acordo com o diretor o espetáculo possui um texto belíssimo que relata a história de um casal em crise conjugal.
- É uma comédia parecida com o seriado Os Normais. É um texto que as pessoas vão se delirar de rir, que m estiverem com o astral muito baixo vai se animar-diz.
O texto é de Mara Carvalho e foi adaptado para apresentações em Montes Claros. Aroldo fala que a adaptação do texto sempre foi redigida por ele.
- O texto eu sempre é adaptado, porque não devemos levar o texto todo na integra, e sim transformá-lo para a realidade da cidade. E para isso eu tenho uma técnica e maneira de dirigir um espetáculo, procurando sempre inovar, trazer para os dias atuais e para a nossa região - diz.
O diretor ainda fala que Vida Privada foi exibido pelo grupo Artecena em 2006, e agora ele voltou a pedido do público.
- Para quem gosta de teatro, de rir, quem ver a crise conjugal vai gostar, e dar boas gargalhadas. Nós trabalhamos com o texto, pesquisamos os personagens, é isso o interessante, pois estudamos o dia -a -dia de um casal, os que estão bem, os que estão mal - diz.
A PEÇA
A artista plástica Gilda e o empresário Gustavo formam um casal que transformam o palco em uma lavanderia de roupa suja, no momento em que ele fica cheio de culpa, e confessa uma inconsequente traição.
Eles realizam então, um inventário do relacionamento, trocando desaforos e passando a limpo problemas de cama, mesa e banho. O tema rende uma boa comédia pelos estímulos cômicos das reações infantis de Gilda e a postura de macho inseguro de Gustavo. O mais incômodo, porém, é a verborragia sexual, um campo minado de mau gosto, sendo censurado para menores de 16 anos.
Aroldo conta que o Fernando já tem uma experiência no palco, como em Ninguém é de Ninguém, e já participou de outros grupos. Já a Jéssica é nova.
- Fernando veio participar comigo agora na segunda montagem da Vida Privada e Jéssica quer subir no palco, e eu dou oportunidade, é para quem quer trabalhar e aprender. Os dois estão preparados para o papel, e trabalham muito, estão ensaiando há 4 meses, todos os dias - diz.
Por ser um texto diferente resolvi voltar com este espetáculo, é um texto inovador, onde o todos vão gostar realmente do espetáculo. O público que não viu o espetáculo em 2006 vai poder assistir novamente.
ARTECENA
O Grupo de teatro Artecena tem 25 anos de existência, e já deu a vida a muitas montagens de grande repercussão. Aroldo Soares é o fundador do grupo, e explica que o grupo está aberto para todos que queiram participar da vida teatral.
- Todos têm a liberdade de se entrosar e de participar, e estamos a disposição para as pessoas que queiram se integrar no grupo. Geralmente as pessoas de Montes Claros. E, além disso, o diretor passa por todo um trabalho, todo um processo para trabalhar com as pessoas. Por exemplo, a valsa n° 6 foi com pessoas que não tinham nenhuma experiência no palco. O texto trata de todas as questões sobre caricaturas, performances - diz.
- É muito legal ver as pessoas aprendendo, porque eles querem adquirir todo conhecimento, e não ficam achando que sabem de tudo. -diz
Segundo Aroldo, o grupo não tem um número fixo de participantes. De acordo com cada espetáculo se tem um número de interpretes, de produção, de figurino e outros.
- Geralmente eu trabalho com dois ou quatro interpretes, sem contar produção, geralmente à equipe é comporta por dez pessoas, dependendo do interesse do público no texto-diz.
FUTURO DO GRUPO
- O Grupo Arte cena inscreveu o espetáculo Vida Privada na 8ª Mostra de Teatro, devido a aceitação da primeira apresentação que foi muito boa, as montagens de espetáculo tem tido a expectativa de um grande público- diz.
E agora o grupo vai retornar com o espetáculo Ninguém é de Ninguém de autoria do próprio diretor Aroldo Soares.
- É um texto que deu um grande impacto, uma comédia melodramática, e trabalha muito com essas questões sociais e de nível de classe. O texto chama Ninguém é de Ninguém, porque às vezes as pessoas acham que são de alguém e na verdade não são. Nós observamos muito isso nas pessoas que namoram, e fazem chantagens e ameaças, o que acontece muito na vida conjugal das pessoas - diz
SER DIRETOR
Aroldo ainda explica que ser diretor da peça Vida Privada é bem interessante devido ao fato da peça ser uma comédia onde pessoas se divertem.
- Eu me sinto bem, prazeroso de apresentar uma comédia, procuro levar o riso para as pessoas, principalmente àquelas que não tiveram um dia muito bom, estão tensas e agitadas. Não tem coisa melhor que fazer alguém sorrir-diz.
O grupo Artecena foi selecionado com dois espetáculos para a Mostra de Teatro, a Valsa nº. 6 já foi apresentada, e nesta sexta e sábado será a Vida Privada.
QUEM É O CASAL GILDA E GUSTAVO EM VIDA PRIVADA?
De acordo com a atriz Jéssica Klantayque, A Gilda é uma mulher bem calma, professora do primário com 26 anos, mas como toda pessoa ela tem seus altos e baixos. Em um momento ela cansa e explode.
- Você olhando para ela, pensa que ela é a pior pessoa do mundo. Mas não é desta forma, ela só esta defendendo seus direitos. Por mais que Gilda seja uma pessoa escandalosa e neurótica ela é um exemplo, pois ela tem o seu lado certo, assim como cada um tem seu lado errado. A Gilda é mais amorosa que O Gustavo e ela não quer deixar a traição do Gustavo vencer, então ela tenta ficar por cima, ela é vingativa - diz
O ator Fernando Coelho explica que O Gustavo é uma pessoa muita tranqüila, e ai chega o momento em que ele confessa a traição.
- O casal está casado há cinco anos, mas eles não se conhecem bem.. E ai surge umas provocações que vão fazendo que eles se conheçam melhor-diz
- O casal amoroso tem cinco anos de casado, e não se conhecem bem, e fica complicado questionar o que tem de errado no outro – diz Jéssica.
Segundo Fernando ao decorrer da história tudo se inverte, e no momento que ele se sente mal por ter traído, A Gilda. Ele quer dar a volta por cima, e inventa uma história. É uma família tipicamente brasileira.
- A censura de 16 anos existe para que as palavras da briga não sejam tão controladas. E no final eles descobrem que são feitos um para o outro. A peça Vida Privada é um texto cômico, as pessoas riem muito das situações que acontece, e não dos personagens, mas é maravilhoso - diz.
INTERPRETAÇÕES ANTERIORES
Jéssica revela que é a segunda vez que atua na primeira vez ela era a mãe da Fera, no teatro infantil a Bela e a Fera.
- Estou nervosa, porque eu sou a protagonista, quero que chegue rápido. A ansiedade é muito boa, pois aumenta expectativa das coisas darem certo. No começo surge a tensão, pois minha mãe estará lá.
Eu vejo A Gilda em mim.Eu quero mostrar para as pessoas que A Gilda é A Gilda e a Jéssica é a Jéssica, o que acontece no palco é a personagem, fora dali sou eu - diz
Já o Fernando explica que está no teatro há sete anos, e realizou várias apresentações em peças cômicas. Ficou um ano parado e agora volta com força total para apresentar O Gustavo em Vida Privada.
- Estou ansioso, com a expectativa, ainda mais agora, que é minha retomada ao teatro, estou com vontade de representar. Com relação ao texto estou tranquilo, sei as minhas falas e o que fazer – diz.
TEATRO EM MONTES CLAROS
Os atores acreditam que falta um pouco mais de espaço para o teatro da cidade. O teatro em Montes Claros é complicado porque a vida profissional daqui é diferente.
- Acho que a aceitação cultual na cidade não esta suficiente, falta verba pra fazer de tudo, os recursos estão limitados - diz Jéssica.
- Nós sofremos bastante, e não é só para procurar patrocínio e divulgação. Precisamos trabalhar fora do teatro para viver. Mas o teatro para mim é algo bem gratificante, pois, geralmente temos ótimos resultados. Público nós temos, só não temos teatro para o público - diz.