Maior mostra de produtos e serviços


do Norte de Minas, a Fenics,


além da promoção de rodas de


negócios, trouxe uma série


de atrações artísticas e culturais.


Entre elas, o grupo folclórico Zabelê

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Decoração, alimentos, saúde, moda, beleza, lazer, mídia, arte e cultura foram alguns dos setores que movimentaram a 12a Fenics - Feira Nacional de Indústria, Comércio e Serviços de Montes Claros, realizada pela Associação comercial, industrial e de serviços de Montes Claros, que aconteceu entre os dias 2 e 5 de agosto, reunindo um grande público no Montes Claros Shopping.

Além da promoção de negócios, o público também foi atraído pelos shows, que aconteceram nos quatro dias de feira, deixando as noites ainda mais animadas. Na noite de abertura, se apresentaram os músicos Lucinha e Marcelo Andrade e a banda de forró Toque Xote. Na sexta-feira, houve show com as duplas Sérgio & Rodrigo e Jean Karlo & Stradeiro. Sábado foi a vez da música mineira, com apresentação de Jukita Queiroz e o cantor Lô Borges. A feira terminou no domingo, com apresentação do grupo folclórico Zabelê e da cantora Deborah Rosa.

Os músicos são um diferencial do grupo Zabelê

Apesar do clima The End, com grande parte do público sentada na praça de alimentação, o grupo Zabelê arrancou aplausos pela performance que teve como tema as manifestações folclóricas das diversas regiões brasileiras.

O ponto alto do show foi a performance sobre a cultura nordestina, tendo como centro o cangaço, na figura de Lampião e Maria Bonita, ao som do xaxado, xote, baião e maracatu, com coreografia e figurino inspirados nas tradições da região.

Sob direção da professora e musicista Maria Lúcia Macedo Oliveira, o grupo vem se destacado em Minas Gerais e no Brasil pela riqueza da pesquisa das tradições folclóricas e pela fidelidade na reprodução de suas músicas e danças.

A cultura nordestina foi o ponto alto da apresentação do


grupo Zabelê, no encerramento da 12ª Fenics (fotos: Wilson Medeiros)

Criado em 1994, no conservatório estadual de música Lorenzo Fernandez, com o objetivo de despertar nos alunos o gosto pela cultura popular regional e pelo folclore brasileiro de um modo geral, o grupo folclórico Zabelê reúne um acervo sobre a música e as danças tradicionais de todas as regiões do país.

- Ao criar o grupo Zabelê, nossa proposta foi ampliar a experiência estética, indo além dos limites artísticos, de forma que as apresentações pudessem atingir outras atividades sociais e despertar o interesse da comunidade para os valores que pautaram sua própria formação cultural e como influenciaram os costumes de seus antepassados – explica Lucinha Macedo.

O Zabelê reconstituiu muitas dessas danças, conservando suas expressões estéticas, seu espírito lúdico e socializante. Pelas performances do grupo é possível perceber que a música, o canto e o gestual estão perfeitamente interligados à dança. É certo que algumas dessas danças foram atualizadas, adaptadas ao espaço, ganhando um toque de fluidez e flexibilidade, mas espontaneidade e essência foram preservadas.

- Um dos objetivos do Zabelê é levar a outros povos elementos de nossa cultura. São cantos e danças com riqueza de ritmos, melodias e coreografias que agradam e encantam a todos – comemora Lucinha.

O grupo também representou as tradições folclóricas


de Montes Claros

Graduada em Flauta Doce, pós-graduada em Arte-Educação e com licenciatura em Educação Artística, Lucinha Macedo é professora de Flauta Doce do conservatório estadual de música Lorenzo Fernandez, coordena o grupo Capella Montesclarense, de flauta doce, e o grupo folclórico Zabelê. Também tecladista, acompanha corais, cantores e outros instrumentistas.

Segundo Lucinha Macedo, o grupo já participou de vários festivais nacionais e internacionais, inclusive do 10º Encuentro Internacional de Danzaz de San José, no Uruguai, em dezembro do ano passado. O grupo também foi classificado em nível regional para o Prêmio Melo Franco de Andrade 2006, do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

No encerramento da Fenics, no último domingo, além da cultura nordestina, o Zabelê encenou as manifestações dos catopês, marujos e caboclinhos de Montes Claros, as cantigas tradicionais do folclore do interior de Minas Gerais, entre outras performances.

Após a apresentação do grupo, a cantora Déborah Rosa se apresentou, acompanhada da percuteria do músico Gladson Braga.

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