Márcia Braga


Colaboração para O NORTE

Neste sábado, dia oito de novembro, o Cinema Comentado Cineclube, uma iniciativa da Prefeitura através da Secretaria Municipal de Cultura,  apresenta o sucesso THE DOORS, cinebiografia do poeta, compositor e cantor Jim Morrison, líder do grupo The Doors. Os clássicos do grupo, como L.A. Woman e The End, fazem fundo a um filme de imagens fortes que trabalha bem os delírios psicodélicos da geração dos anos 1960. O próprio diretor Oliver Stone afirma que, apesar de se pretender realista, a produção transmite a sua visão do ídolo, não sendo necessariamente muito fiel.

Considerado “uma das mais sensuais e excitantes figuras” da história do rock, Morrison é apresentado como um poeta disfarçado de astro pop, “o alto sacerdote do excesso”. A interpretação de Val Kilmer parece, para muitos críticos, um caso de possessão, tal a semelhança física e gestual. É um trabalho antológico e envolvente que marcou a carreira do ator.

The Doors mostra a ascensão e queda de Morrison – inclusive o momento final em que o astro foi encontrado morto na banheira de um hotel em Paris, aos 27 anos. No elenco, destacam-se Meg Ryan (que faz Pamela Courson, namorada do roqueiro), o diretor Stone (numa ponta como professor de cinema), Crispin Glover (interpretando Andy Warhol) e o cantor Billy Idol.

As sessões do Cinema Comentado Cineclube acontecem sempre aos sábados, na Sala Geraldo Freire (ao lado da Câmara Municipal), a partir das 19h. A entrada é gratuita e há sempre um bate-papo após as exibições.


 


CINESESC 

No domingo, dia nove, o Cine Sesc prossegue com a mostra Panoramas do Cinema exibindo Cartola-música para os olhos, documentário de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. O filme apresenta a vida de Cartola da Mangueira (ou simplesmente Cartola), um dos nomes mais importantes da música brasileira, responsável por clássicos como ‘”As rosas não falam”, “Tive sim” e “Quem me vê sorrindo”’, entre outras composições.

O documentário se apresenta como “um olhar” que extrapola a objetiva narrativa reconstruindo o protagonista de forma bem subjetiva, em imagens de arquivo, trechos de filmes nacionais, entrevistas para TV e rádio, e na fala dos amigos e familiares. A montagem é um o mérito: hipertextual, caótica, imprevisível e entrecortada, aos poucos recria o contexto social, político e cultural do período vivido pelo compositor.

A história de Cartola é exposta da juventude boêmia para o compositor e fundador da Mangueira; os anos de ostracismo e o resgate cult nos anos 1960; a importância da família e a lamentada morte por câncer. E o material de arquivo revela detalhes envolventes: os modos de falar, vestir e se expressar; os ambientes, as locações onde se deu boa parte da história do samba.

Cartola-música para os olhos é cinema com refinada carga poética que encanta a platéia. E reafirma o valor do sambista carioca como legítimo (e fundamental) representante da música brasileira.

O Cine Sesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 16h. O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.

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