Paula Machado
Repórter
O saxofonista Chico Amaral, a nova novidade no mundo da música após lançar seu CD autoral Singular - o primeiro solo de sua carreira, em agosto de 2007, no foyer do Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, pretende se apresentar para o público montes-clarence.
- Por volta de 98, meu interesse se dirigiu para o jazz e para as composições do Clube da Esquina. Singular é fruto disso. Tentei colocar no “B” (segunda parte) um pouco de imaginação, à maneira de Beto Guedes. Se Oswald de Andrade criou a metáfora lancinante, penso que Beto criou o “B” lancinante - brinca.
O CD independente foi realizado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com o patrocínio da Telemig Celular e do próprio autor. Composto por treze faixas, sendo dez instrumentais e três canções, o CD foi gravado em fita analógica, no estúdio Máquina, em BH, e no Mega no Rio de Janeiro. Os arranjos foram feitos por Chico Amaral, no disco há a participação de Lincoln Cheib e André Limão Queiroz, revezando na bateria; violões e guitarras de Wilson Lopes e Beto Lopes; nas guitarras, Magno Alexandre, Giuliano Fernandes e Leo Nastácia; nos sopros, além de Chico Amaral no sax tenor, Paulo Márcio (trompete), Cleber Alves, Vinicius Augustus (saxes tenor, soprano e barítono) e Pedro Aristides (trombone). Zeca Magrão é quem faz todas as percussões, e Ricardo Fiúza, os teclados; Adriano Campagnani e Kiko Mitre dividem os baixos com Enéias Xavier. As cordas mineiras ficaram a cargo de Antônio Viola e Firmino Cavazza. Em Bodas, cordas arregimentadas por Lui Coimbra, do Rio. Na música Borboleta, o piano é de Rafael Vernet.
A produção musical foi dividida entre Robertinho Brant e Chico Amaral.
As participações especiais apresentam a voz de Samuel Rosa e o baixo de Lelo Zanetti na canção Bodas, e Leo Minax canta em duas parcerias dele com Chico – Tempo de samba e Boca. Nos vocais de Bodas estão Pablo Castro e Gustavo Buchecha. O cantor e instrumentista Chico Amaral explica um pouco sobre uma faixa de seu CD.
- Uma canção pop mesmo. Nessa área, como nas demais, é muito difícil acertar. Antes de terminar a composição, ela já me fazia lembrar o Samuel. Ultimamente ele vem buscando, com o Skank, a canção pop sofisticada, como nos Beatles, em Brian Wilson ou em Lô Borges - explica Chico Amaral.
DE LETRISTA A CD PRÓPRIO
Mais conhecido como letrista do Skank, Chico Amaral começou sua carreira em 1979, no conjunto de choro Naquele Tempo, quando tocou com Altamiro Carrilho e Cartola.
Além do Skank, participou do trabalho de vários artistas, em shows ou discos. Tocou guitarra com Marcus Viana em seu grupo Sagrado Coração da Terra; gravou com Lulu Santos no disco Assim Caminha a Humanidade; tocou em show com Jorge Benjor. Participou, como convidado, de apresentações de Nivaldo Ornelas e como compositor foi gravado por diversos nomes da MPB, como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Milton Nascimento, Ney Matogrosso e Cidade Negra. Vários artistas mineiros também gravaram suas músicas – Alda Resende, Angela Evans, Amaranto, Anthonio, Kadu Viana, Marina Machado, Maurício Tizumba, Regina Sousa entre outros.
Chico Amaral compôs com muitos artistas, além de Samuel Rosa. Entre seus parceiros estão Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Ed Motta, Totonho Villeroy, Affonsinho, Flávio Henrique, Leo Minax e Juarez Moreira.
Em 2002, gravou um CD instrumental intitulado Livramento em parceria com Flávio Henrique com a participação de Milton Nascimento, Ed Motta e Marina Machado em faixas cantadas. Ainda em parceria com Flávio, co-produziu o CD Baile das Pulgas da cantora Marina Machado. Uma de suas parcerias com Milton Nascimento, Pietá foi indicada para concorrer como melhor canção no Grammy latino de 2003.
Ganhou o prêmio Multishow para a melhor canção de 2004, com a música Vou Deixar, em parceria com Samuel Rosa.
Em 2005, compôs a trilha e o CD Identidades para o Grupo Corpo, no projeto Corpo Cidadão e produziu o CD Aquele verbo agora do artista Vander Lee com participações especiais nos shows de lançamento, CD que concorreu à indicação de melhor do ano pelo Prêmio Tim de Música. Em 2006 compôs, com Milton Nascimento, a canção Balé da Utopia, para filme de Marcelo Santiago. Compôs também, com o Skank, o último CD da banda, intitulado Carrossel. Um dos entrevistados no livro Palavras Musicais de Paulo Vilara, juntamente com os letristas Fernando Brant, Márcio Borges e Murilo Antunes.
Atualmente prepara em parceria com Flávio Henrique e Marina Machado, o lançamento do dvd Hotel Maravilhoso.
Ganhou como saxofonista o prêmio de melhor instrumentista do concurso BDMG para compositores de música instrumental edição 2007.
Sua parceria com Leo Minax na música Tempo de Samba entrou para a trilha do filme Pudor, produção espanhola de Tristán Ulloa e David Ulloa, com a letra original em português. No CD Singular esta música foi regravada com versão em espanhol.Mais informações no site: www.chicoamaral.com.br. (Com informações assessoria de Chico Amaral)