São 162 anos de ebulição cultural

Nomes como Felicidade Patrocínio, Amelina Chaves, Márcio Adriano Moraes e Nannah Andrade falam pela arte

Adriana Queiroz
03/07/2019 às 07:31.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:22
 (ARQUIVO PESSOAL)

(ARQUIVO PESSOAL)

São 162 anos de história e, consequentemente, de cultura. Hoje, Montes Claros celebra mais um ano e nomes da literatura e da arte falam da cidade de “ontem” e de “hoje”.

A escritora Amelina Chaves lembra que muitos historiadores já falaram da Montes Claros antiga.

“Vejo nossa querida cidade hoje renovada e vestida como uma princesa do sertão. Nunca um título como “Cidade da arte e da cultura” foi tão bem empregado. Aqui, a arte está sempre em efervescência. Os precursores da sua história plantaram uma semente abençoada, que floresce em todas as primaveras, para renovação da cultura local”, avalia.

Com o olhar terno de quem aprendeu a ver a vida sob a ótica sensível da arte, a artista plástica, filósofa, educadora e poeta Felicidade Patrocínio fala sobre as manhãs gloriosas sob o forte e claro sol dos Gerais.

“Pelas ruas da minha infância, ainda ouço o eco dos meus antepassados e me refaço na totalidade do meu ser essencial. Montes Claros, minha terra, tem coisas que outras cidades não têm. Sua vocação para a arte e a cultura faz brotar de um fértil e abrasivo chão compositores e cantantes, poetas e literatos, pintores e escultores, atores a mancheias. Seu folclore revivido todo ano alimenta a alma popular, forja identidades e oferece sentimento que alimenta os valores. Terra do pequi, ouro que é pertença de todos. Montes Claros tem de tudo, tem beleza, tem problemas, mas, principalmente, tem o incondicional amor dos seus filhos”, diz Felicidade.

Uma das mais jovens integrantes da Academia Feminina de Letras (AFL), Nannah Andrade, de 32 anos, que já tem no currículo seis obras – é autora de livros como “Irresistível Sr. Dom e Tocando Ethan” e professora de Língua Inglesa na Escola Estadual Professor Alcides de Carvalho/Polivalente –, poetiza: “Montes Claros de igrejinhas a casarões, princesinha de um Norte que carrega calor. Calor humano, de gente que ama o lugar onde vive. O aniversário da cidade é uma página que viramos para conquistar novos sonhos, novas realizações e continuar escrevendo nossa história, por isso, com orgulho, devemos comemorar o aniversário do nosso município. Viva nossa Princesinha, viva Montes Claros”.

O professor de literatura e escritor Márcio Adriano Moraes cava com palavras poéticas o interior da cidade: “Não só terra natal, do qual brotei do ventre materno, mas também o espaço que me percorreu toda a vida. Aqui me fiz menino, jovem e me faço adulto. Nutro amizades, família e solidifico minha carreira de profissional das letras. E, por onde meus pés me levam, na bagagem de mão, bem próxima ao peito, carrego seu nome, Montes Claros. Como uma luz que tenho firme para que ilumine meus passos. Nem tudo, porém, é belo como a flor do pequi. Mas aprendi a roer esse fruto sustento de meu sertão. Assim, resisto às pedras que me encaram e delas faço, como Drummond, uma poesia. E que seja esta minha Princesa do Norte cada vez mais forte, até que, num dia desses que não nos conta, torne-se rainha de uma coroa que restaure sua alteza, tornando-se majestade”.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por