Michelle Tondineli


Repórter

No centro cultural Hermes de Paula, acontece a exposição de arte contemporânea do artista plástico Marcos Henrique Folgoet. A mostra fica em até o próximo sábado, 27.

O artista Marcos Folgoet ao lado da obra


favorita: Castelo de São Jorge.

O intuito da exposição é impressionar o público de uma forma que não choque, e sim que o faça pensar. A exposição com pinturas, colagens e uma instalação que flerta com a antropofagia ao lidar com o ato antropofágico da eucaristia da missa católica.

CARREIRA

Marcos é formado em Letras e Artes Plásticas, especialista em História da Cultura e da Arte pela UFMG. Ele revela que sempre gostou muito da arte plástica, e há seis anos começou a trabalhar com ela. A vontade de estudar arte veio da fascinação.

- Por gostar da arte que eu decidi estudar artes plásticas para entender melhor como produzir. Preferi estudar primeiro, para saber as teorias e estudar os artistas mais a fundo, para descobrir a linha de raciocínio que eu seguiria para pintar - explica.

Marcos fala que a cultura  o fascina, mas as artes plásticas foram como uma atração muito forte, uma verdadeira sedução.

- Eu entrei na universidade para aprender escultura, mas quando eu cheguei lá eu descobri a pintura. Fui para as vertentes mais contemporâneas, uma pintura mais diferenciada, com uma cara bem contemporânea - revela.

EXPOSIÇÃO

A realização da sexta exposição do artista, sendo a primeira exposição individual, marcou bastante. O sacrifício de fazer um bom trabalho e contar com a colaboração de todos o deixou completamente satisfeito. A exposição Acúmulos Referências nasceu de uma inquietação artística provocada a partir de reflexões, buscas e procuras do artista plástico contemporâneo.

A opção pela expressão de provocantes e intensos acúmulos exprimem um processo criativo exuberante de cores vibrantes que passeiam pela história da arte, onde múltiplos planos se juntam e colidem numa explosão de cores e formas finas cujo elemento narrativo esta totalmente ausente.

- O tema foi selecionado por ter referência com a história da arte em si, e aí foi se deparando com as coisas que eu gosto como barroco, neoconcretismo da arte brasileira que me fascina muito e as palavras cubistas entre si. A colagem foi uma ideia doida de tentar fazer, que acabou sendo um sucesso, e deu inicio a uma série de colagens - comenta.

Quando pinta, o artista tem sempre em mente histórias que sensivelmente se constroem pelos títulos das obras literárias. Nas pinturas de Folgoet prevalece uma abstração geométrica que remete ao neoplasticismo que influenciou hélio oiticica, sendo dados então como trabalhos narrativos.

- Quando comecei a pintar o quadro Castelo de São Jorge eu me questionei o que vou pintar agora? Porque eu ainda não havia definido um tema. Eu decidi que ia começar a pintar e ir pelo que eu gosto, como azulejo, barroco, adoro coisas geométricas e coloridas, argumenta. Desta forma, eu comecei a produzir para que o próprio público pudesse dar uma narratividade por meio do titulo. O meu papel é desenvolver a obra em si e você entra com a sua história - enfatiza.

PRODUÇÃO E INSPIRAÇÃO

O artista começou a produção das peças no início de maio, porém somente concluiu seu trabalho neste mês.

- Uma tela em si, quanto menos detalhada ela for, menos ela demora. Eu sou muito detalhista e perfeccionista, se não está certo, volto e apago para ficar de um jeito que me agrada - explica.

A inspiração surge da vontade de desenhar, o trabalho tem muita de apropriação, nas artes plásticas, na arte contemporânea isso é muito comum, os artistas se apropriam da história da arte que gosta.

- No meu trabalho existe muito citação de outros artistas já consagrados. A Flor de Liz, por exemplo, da um toque de realiza, porque sou apaixonado pela arte francesa. Às vezes eu leio um livro e vou pintar - conta

Para contato ou mais informações marcoshenrique. folgoet@hotmail.com e http://deusamba.blogspot.com.

CURIOSIDADES O QUE É ANTROPOFAGIA?

Antropofagia é o ato de consumir uma parte, várias partes ou a totalidade de um ser humano. A prática, conforme afirmam antropólogos e arqueólogos era encontrada em algumas comunidades ao redor do mundo. Um dos grupos canibais mais famosos é os astecas, que sacrificavam seus prisioneiros de guerra e comiam alguns deles. Eles comiam os prisioneiros de guerra e outras vítimas, numa prática conhecida como exocanibalismo ou exofagia, ou seja, canibalismo praticado em indivíduos de tribos diferentes. O canibalismo que consiste no ato de consumir parte dos corpos de seus parentes e amigos mortos é chamado de endocanibalismo.