Jerúsia Arruda
Repórter
O Painel Permanente de Poesia Juca Silva Neto abre a temporada 2008 com exposição do poeta músico e professor Márcio Adriano Silva Moraes.
O jovem poeta Marcio Moraes expõe seus poemas, que vão do clássico ao moderno (foto: WILSON MEDEIROS)
A exposição, que fica em cartaz até o dia 03 de março, reúne 12 poemas que vão do romantismo clássico, passando pelo parnasianismo, até os modernos e desafiadores versos que denunciam, criticam e satirizam as relações dos homens entre si e com o planeta.
Numa experimentação constante, Moraes passeia pelos vários estilos revelando um surpreendente domínio da palavra e seus efeitos, com uma linguagem, ao mesmo tempo, suave e ferina, que acalma e desafia, surpreende e constrange, ora desnudando a alma complacente enlaçada pelo amor (O sonho do amado), ora revelando a face oculta do homem que às vezes se confunde com ave de rapina – vale a pena esperar o bicho homem morrer? Se fosse uma ave má que quisesse ofender, comeria muitas pessoas vivas, pois algumas são verdadeiras carniças (Abutre).
Na exposição, além dos versos no Painel, também podem ser lidos os sonetos e poemas do seu livro Genuíno (Unimontes, 2007), cujo título também dá nome à mostra.
Formado em Letras/Português e especializado em Literatura e Língua Portuguesa, Márcio diz que a poesia é um importante veículo de informação, pois reporta sobre aquilo que é mais precioso para o homem: seus sentimentos e emoções.
Além de poeta, o jovem de 24 anos também é músico – estudou teclado na extinta Academia de Música Acorde e Flauta e Teclado pelo Conservatório Lorenzo Fernandez – e se vale muito bem da facilidade de memorização e harmonia que o aprendizado proporcionou para entoar versos de poetas célebres e autorais com encanto e leveza, só experimentados por aqueles que dominam a arte maior – a música.
Entre os versos expostos, estão os da série especial sobre as sete maravilhas do mundo;
Vaticínio, Ira Acre, Genuino e Abutre, crítica social, resultado da influência do poeta Carlos Drummond de Andrade e A Poesia, metalingüística que também abre o livro Genuíno.
O Painel Permanente de Poesia é exibido na Biblioteca Pública Municipal Dr. Antônio Teixeira de Carvalho (segundo andar do Centro Cultural Hermes de Paula), com funcionamento de segunda a sexta-feira, de 07h30 às 23h.