Paula Machado
Repórter
Se ficar o bicho pega e se correr o bicho come? Será? Porque tantos homens e mulheres têm medo de uma vida a dois, sendo essa vida formalizada pelo casamento?
A gamofobia ou medo do casamento é um distúrbio psíquico que traduz num medo freqüente de compartilhar momentos de sua vida com outra pessoa.
É um passo que sempre é adiado ou totalmente evitado, pois é uma relação mais séria que implica em concessões mútuas, em algumas renuncias e num certo equilíbrio.
Nos homens esse medo está mais associado com o medo de perder seu círculo social, seus costumes, hábitos e a maneira de lidar com a vida. A perda de sua identidade e da própria liberdade, a vontade de prolongar ao máximo sua adolescência e de fugir das responsabilidades por não querer ou não saber lidar com elas.
Já as mulheres, encaram o casamento como uma possibilidade de perda econômico-financeira e perda de controle, principalmente as mulheres independentes.
Contudo, essa fobia se faz presente em maior quantidade no sexo masculino, pois a mulher sente mais necessidade de construir uma família em razão do seu relógio biológico, ou seja, almejam um futuro consistente e duradouro.
As causas profundas da gamofobia persistem no inconsciente e nos mecanismos instintivos de defesa, que estão diretamente relacionados com acontecimentos passados que fazem a ligação do casamento a um trauma emocional.
Trauma que pode ter sido vivenciado por alguém próximo, pela própria pessoa ou motivado por um fato exterior que interfere na formação da personalidade de um indivíduo.
Mas psicólogos e psiquiatras concordam que a principal razão da gamofobia é a dificuldade das pessoas assumirem a idade adulta que leva a uma maturidade e dessa forma dar início a uma família, que implicaria mais tarde no casamento.
As manifestações da gamofobia variam de pessoa para pessoa. As reações são distintas. Os sintomas mais comuns e visuais são: ansiedade, ataques de pânico, boca seca, insônias, enxaquecas, batimentos cardíacos irregulares, palpitações, entre vários outros sintomas.
Mas o fato é que uma relação estável e sadia não precisa necessariamente resultar em um casamento.
Não adianta apenas querer brincar de casinha, tem que haver toda uma reflexão antes de dar esse passo importante. Tem que existir o autoconhecimento e a capacidade de enxergar com clareza as conseqüências que pode acarretar uma decisão ou uma omissão.
Os tratamentos mais utilizados para minimizar e eliminar essa fobia geralmente são a terapia, a hipnose, e a programação neuro-linguística.