Norte-mineiro Yuri Popoff prepara live para o dia 25 de julho

Evento contará com participação de nomes como Toninho Horta em 25 de julho, a partir das 16h, com transmissão pelo canal oficial dele no YouTube

Adriana Queiroz
O NORTE
15/07/2020 às 02:31.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:02
 (Olivier Claisse/ Divulgação)

(Olivier Claisse/ Divulgação)

O baixista e compositor norte-mineiro Yuri Popoff , que celebrou 40 anos de carreira em 2019, fará uma live no próximo dia 25 , a partir das 16h, pelo YouTube, com participação de Toninho e Lena Horta, além de Bárbara Barcellos. No repertório, músicas como “Oi Lira”, um coco gorotubano (Teo Azevedo), “Francisca” e “Bons Amigos” (Toninho Horta), “Luz do Sertão” (Popoff e Fernando Brant), “De manhã” (composição dele com Celso Adolfo), entre outras. É com ele o nosso bate-papo de hoje.

Em que lugar do mundo você está neste momento e o que tem feito nesses dias de isolamento?
No momento, estou no meu apartamento em São Paulo, onde habito há 4 anos e meio. E há quase 4 meses - o que não é tão agradável para ninguém - fico preso. A gente mora num país tropical, temos um clima agradável. A gente vive na rua, não tem esse hábito de viver em apartamento. É, no mínimo, bastante estranho ficar preso. Mas pelas recomendações das pessoas que têm conhecimento na área do que está acontecendo, é necessário ficar em casa. O que tenho feito é música. Peguei algumas coisas engavetadas há 10 anos, por exemplo, um auto de natal brasileiro que eu estava compondo para coro e orquestra. Uma peça grande, de 1 hora. Pude fazer uma revisão e fazer complementações, orquestrações inacabadas. Fiquei basicamente por conta desse auto de natal. Além disso, dei um impulso no meu songbook, um livro das minhas composições, coisas que não tinha feito ainda. Então revisei as músicas e vamos mandar para uma editora para fazer a impressão. Isso demanda tempo. Corrigir, fazer a diagramação, que livro, que foto, comentários, entre outros. Em casa, temos tempo necessário para trabalhar com detalhes. Fiz uma live com Toninho Horta, ensaiei, enfim, essas coisas realmente requerem tempo. O resto é ...fazendo comida, tocando violão, compondo, olhando projetos do futuro. Aprendi muito com meus mestres budistas, que quando a vida te coloca numa situação como essa, a gente tem que aproveitar ao máximo o melhor disso. Simplificando, se a vida te der um limão, faça uma limonada. 

 
De que maneira você acha que a pandemia do novo coronavírus afeta a música de forma geral?
De certa forma afetou a todos nós. Afetou principalmente nossas emoções. Somos movidos a emoção. Fora naturalmente a economia, a política. A saúde, principalmente. Muita gente morrendo, adoecendo. É assustador o momento. Com relação à música, é uma profissão que me permite ficar em casa. Como sou compositor, o meu ofício me permite ficar em casa, trabalhar, sem locomover para lá e para cá. 
 
Como você vê as apresentações online? O que tem observado de positivo?
É muito importante que estejamos em contato online. A gente fica em contato com os fãs, com o público, os artistas, os fãs deles. Uma oportunidade de expressar, mostrar coisas novas e antigas. As apresentações são extremamente positivas. É a ferramenta que nós temos para fazer. Não existe outra. Se eu gosto ou não gosto é difícil. Não existe outra possibilidade. Como todo mundo trabalha em casa agora, com computadores, todas essas relações mudaram bastante pra todo mundo. Não é só o músico. 
 
E a live do próximo dia 25? O que preparou?
Será as 16h, no meu canal do youTube. Vou mostrar um pouco da diversidade do meu trabalho. Tem uma área de trabalho muito ligada a região, do Congado, das Folias de Reis, o Clube da Esquina, Milton Nascimento, Toninho Horta, Beto Guedes. Gosto de coisas do choro. Como morei 40 anos no Rio de Janeiro, peguei um pouco da influência da música carioca. Tem um pouco da música erudita, trabalhei muito em orquestra sinfônica. A herança genética é toda europeia. Meu pai ucraniano, minha mãe, filha de um português. Está no sangue e na alma. Quero mostrar um pouco de cada coisa. Minhas canções com Fernando Brant, Murilo Antunes, Márcio Borges, Celso Adolfo, parceiros de Belo Horizonte. Essa diversidade, eu baixista, eu compositor.
 
Você convidou para a live nomes como Lena Horta e Bárbara Barcellos. Fale um pouco sobre seus convidados.
São pessoas que estão comigo. Não poderia ter uma banda inteira de fora. É complicado no momento. Conto com a presença do grande músico internacional que é Toninho Horta, minha esposa, a flautista Lena Horta e uma cantora muito jovem e talentosa demais que vai cantar comigo algumas das minhas canções com Fernando Brant, do Murilo Antunes e Celso Adolfo. 
 
O que você deseja ao mundo neste momento? E especificamente aos artistas e profissionais da música?
Desejo que as pessoas tenham bastante paciência e compreensão. São dificuldades que nós estamos vivendo, em todos os níveis. Não é só a pandemia. Antes disso, o mundo estava bastante confuso, a intolerância, de certa forma, muito grande, de todo mundo, principalmente na área política. Muita ignorância também. Todo mundo querendo falar demais sem saber de nada. Sem entender nada direito. Sem saber do que se trata. Sem ter uma abordagem total de um assunto. Trata um pequeno fato e sai analisando. Vê só a pontinha do iceberg e não sabe o que está por baixo. Opinando em cima de mentiras, um equívoco que vai gerando outro. E vira essa confusão enorme. 

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