Michelle Tondineli
Repórter
Hoje é dia das apresentações dos alunos de musicalização violão do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez. As apresentações vão acontecer no auditório Marina Lorenzo Fernandez, às 9h e às 19h, com entrada franca e com cerca de 15 alunos das turmas matutina e noturna.
(foto: MICHELLE TONDINELI)
Frio na barriga é emoção na certa para este grupo.
De acordo com o professor Mauro Souza Xavier, o grupo de alunos não possui nome fixo, e a cada semestre passa por troca de integrantes, uns saem e outros entram:
- Tem 25 anos que trabalho no Conservatório e todos os anos procuro realizar esse trabalho com os alunos, e acho interessante que este método é diferente de grupos fixos. È mais difícil trabalhar assim, porque eu gosto de envolver todo mundo, em grupo fixo nem sempre envolve todo mundo. Assim, você trabalha com pessoas que estão amadurecimento, completa.
O professor explica que serão realizadas as duas apresentações porque pertencem a turnos de alunos diferentes.
- Para a realização destas apresentações, às vezes eu conto com o apoio de alunos dos turnos trocados para ajudar e contribuir da melhor forma nas apresentações e ensaios. Eu procuro sempre cultivar a mentalidade musical, passando uma boa energia, bons conselhos - afirma.
Mauro conta que gosta de trabalhar com os jovens, músicas da região. Ele fala que muitas vezes acontece de alunos quererem tocar as músicas “da moda”.
- Eu sei o meu limite e sei motivar. É através do incentivo que nós professores percebemos o limite dos alunos. O jovem tem que sentir vontade de vir para a aula, temos um programa musical a ser desenvolvido, com artistas regionais. Cada aluno é melhor em uma música, vai sempre variando. E isso tudo depende da formação musical e cultural, para trabalharmos com o repertorio simples ou composto. Cada aluno um tem sua especialidade, sem em um acorde, em percussão ou na sanfona - diz.
Segundo Mauro, o repertorio selecionado para as apresentações é diferente, mas o acorde para cada grupo é o mesmo.
- Se um errar atrapalha todos. No começo do semestre fizemos três apresentações. Acredito que a apresentação é fundamental, eles precisam ter contato com o palco. Os alunos vão mudando durante o semestre e temos que aperfeiçoar cada um ao grupo, procurando a melhor condição de trabalho. Temos que saber agregar o novo e cobrir a falta do que saiu - revela.
Ele ainda fala que já teve vários tipos de alunos, os que aprendiam facilmente e os que tinham dificuldade.
- Já tive alunos que tinham dificuldade de tocar, e devemos ter muita pedagogia pra saber lidar com isso, com um jeitinho nos conseguimos chegar onde queremos. Na hora certa e no momento certo, uma palavra pode fazer a mudança.
Quando o assunto é se Mauro participa ou não ativamente das apresentações, ele fala que aluno tem que subir no palco.
- É importante o aluno subir no palco, para que ele tenha noção de como é subir no palco. Quando você apresenta em público, se expõe, faz a mudança. É diferente quando você ta sozinho em seu momento e é difícil subir no palco conseguir cantar, tocar e descer, comenta.
O medo ou o sucesso dos alunos muitas vezes é explicito para Mauro. Alguns não sobe no palco, outros tocam em bares.
- Já tive alunos que não tocavam por medo e insegurança. É importante ter uma amizade com eles e conhecê-los, sem dar o problema, deixando-os a vontade. E eu já tive muitos alunos que fizeram carreira solo, tocam em banda, são meus colegas de profissão agora, que fazem faculdade de música, e que lutam pelo que acreditam sem desistir, ressalta.
Mauro ainda se revela um professor exigente, mas nunca intransigente. Ele pode não concordar, mas sabe o momento certo para isso.
- Eu não toco muito com eles, só auxilio, porque quem tem que mostrar são eles e não eu que apresentam. Eu só complemento com o que falta, e eu tenho que dar incentivo para eles tocarem. O professor é só um apoio. Isso depende do encontro de vibração, explica.
A aluna Maria Clara Neves Rodrigues, fala que fica nervosa durante as apresentações, e que treina exercícios de relaxamento.
- Das vezes anteriores que eu toquei em palco, escondi o nervosismo, fechei o olho, fingi e que não tinha ninguém e soltei a voz. E fiquei feliz que ser aplaudida depois, mostra que as pessoas gostaram, diz.
Já Daniele Pereira dos Santos fala que teve medo e insegurança de subir no palco, mas valeu a experiência.
A aluna adulta Julia Teixeira dos Anjos, fala que é a terceira vez que sobe no palco. Ela acredita na união do grupo no palco.
- Quando a turma esta em grupo é melhor, pois, uns ajudam o outro, até mesmo na questão do som do violão. A vozes são diferentes mais elas se completam. Nós ficamos emocionados e com medo de errar, enfrentar em grupo o grupo fica equilibrado. Acredito que o treino é indispensável, se você não treinar você não apresenta bem, argumenta.
Larissa da Cruz explica já ter se apresentado algumas vezes, e que aprendeu como sentir as pessoas olhando para ela no palco.
– Quero que as pessoas nos vejam, gostem da música, do ritmo e do trabalho. O nervosismo é grande, ficamos inseguros e conferindo de ultima hora se sabermos tudo, finaliza.
O aluno de violão e também percussionista Aroldo Jorge de Jesus participa de apresentações com alunos e com a seresta do conservatório. Ele sente diferença na música.
– As musicas da seresta e dos meninos aqui são diferentes. Mas gosto dos dois. São caminhos que eles seguem corretamente com a direção apontada pelo Mauro, eles estão preparados para subir no palco. E quero que nós mostremos o nosso melhor, que as pessoas gostem, completa.
Para mais informações sobre a apresentação ligue (38) 3221–4466.