Música erudita e popular se une no palco

Jornal O Norte
Publicado em 21/09/2009 às 13:02.Atualizado em 15/11/2021 às 07:11.

Michelle Tondineli


Repórter



Acontece nesta segunda-feira no Conservatório de Música Lorenzo Fernandez, as 19hrs, apresentação dos alunos de canto. O objetivo não é só dar a oportunidade de cantar e estar no palco, é de unir dois tipos de música em uma só.



Até o momento, são oito alunos confirmados para a apresentação sob a coordenação dos professores Maria Amélia Feitosa, Maria Odília Quadros e Normando Silva. Segundo Amélia, o repertório é eclético de músicas brasileiras e estrangeiras, com acompanhamento de violão e piano.



- Está apresentação é para que eles tenham contato com o palco, para trabalhar o repertório, eu geralmente faço duas por semestre. Uma em audição outra em prova. É para ficar acostumado, saber o que fazer no palco e interpretar. Mas atualmente tenho alunos que cantam em bares, em igreja, casamentos, tanto a música popular quanto o lírico, explica.



Amélia ainda fala que nesta apresentação a música popular e lírica vão se unir no palco, e que ela não esconde dos alunos as duas formas de técnicas.



- No palco vamos ter apresentações com alguns iniciantes, e como a perfeição ainda não faz parte deles, procuro passar para eles algumas técnicas. Para isso eu aproveito o que eles têm de intuição, e vou guiando para que eles possam conhecer o corpo, as pregas vocais, formas de alongamento, relaxamento, aquecimento vocal e outras técnicas, diz.



A professora continua explicando que existe diferença da técnica lírica para a erudita, e é importante passar os dois conhecimentos para eles.



- A técnica do canto popular surgiu nos tempos atuais, e ela veio do canto lírico. Embora aqui no conservatório, eu trabalhe a técnica lírica, acredito que também devemos trabalhar o popular. O popular não é trabalhado, mas como tenho conhecimento eu vou dando dicas, e os alunos me falam que estão sentindo diferença do que devem ou não fazer, do que podem, e as mudanças, revela.



Ela completa que deve-se juntar o popular e o lírico para que aumente o conhecimento, para enriquecer, e não excluir.



- Por exemplo, eu tive uma aluna, Daniele Morais, e ela odiava o lírico, mas ela entendia que para a formação dela era essencial, e hoje ela canta em bares de Belo Horizonte, me deixando feliz, argumenta.



De acordo com Amélia, na apresentação não contará com nenhum dueto confirmado ainda.



- Muitos alunos desistem em cima da hora, outros só confirmam em cima da hora, e como quero fazer do erudito e popular, cantar sozinho dará o destaque para os alunos e eles não precisam depender do colega, que pode furar. Só se for uma coisa muito especial que eu colocaria, um dueto em cima da hora, o programa já esta sendo preparado e ele sai ainda esta semana, ressalta.



Durante 23 anos, Amélia é professora no conservatório, já deu aula de teclado, piano e agora canto. Neste tempo de serviço, ela pode acompanhar alunos que não possuíam vocação nenhuma para a música.



- Acho que a minha função é fazer este aluno experimentar, e pode ser que depois eu chegue à conclusão de que realmente ele não possui vocação. Acredito que sempre vou colocar meus alunos, independente de serem bons ou ruins no palco, porque quando eles chegam no palco eles podem surpreender, afirma.



Alunos desafinados também já fizeram parte da jornada de Amélia como professora, e ela revela já ter superado muito com eles.



- Já tive alunos desafinados, mas dá para eles cantarem, é necessário trabalhar com eles, e mostrar oportunidades. Às vezes ser desafinado é menor o problema, que a pessoa pode ser musical e reconhecer os sons, as músicas, ás vezes é um problema auditivo ou vocal. Tive aluna desafinada que formou comigo e todo mundo ficou surpreso, que ela não sabia nada e mudou completamente, melhorando e crescendo, acho que esse é o objetivo, finaliza.



A aluna de canto, Samira Fernandes da Silva, tem ensaiado muito para subir no palco na segunda-feira. Ela explica que entrou no conservatório no inicio do ano, mas tem aprendido bastante.



– Para quem quer aprender a cultura erudita, vale a pena ver estas técnicas diferentes do popular, é uma ótima opção de cultura para quem tem esse interesse. Eu canto em igreja e tenho ficado parada para me especializar no lírico, diz



Ela acredita que estar no palco será um treinamento, um aprendizado a mais.



- São poucas as oportunidades que temos de expor o canto lírico, que na cidade não tem esse espaço. E a forma que temos de por em prática o que aprendemos em sala de aula, são através destas apresentações e audições, para mostrarmos o que realmente aprendemos aqui e fazermos valer a pena, simplifica.



Para mais informações ligue (38) 3221–4466.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por