Índios baianos trabalham em Montes Claros

Jornal O Norte
Publicado em 16/07/2009 às 10:57.Atualizado em 15/11/2021 às 07:04.

Michelle Tondineli


Repórter



A cidade de Montes Claros recebeu a visita de índios de Coroa Vermelha, da cidade de Santa Cruz Cabrália. Os índios permanecem na cidade por volta de dez dias e possuem o objetivo de realizar a venda de todo o produto artesanal realizado pela aldeia na Praça Dr. Carlos.



(foto: MICHELLE TONDINELLI)


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O índio pataxó Patchorram.



O índio Patchorram revela que, quando chegou em Montes Claros, montou os produtos para venda na Praça Dr. Carlos, quando informaram a ele que a venda de seus produtos não poderia ser realizada naquele local, sendo transferida para a Praça da Matriz.



- Eu estava lá em outra praça quando uma moça disse que iria conseguir para que eu trabalhasse nesta praça, pois o movimento de pessoas da cidade era aqui, porque elas pegavam os ônibus e ficava muito cheio. Ela conseguiu autorização dos chefes dela para que eu ficasse, e qualquer problema eu pudesse entrar em contato com ela. Foi muito bom eu ter sido acolhido e de poder estar trabalhando aqui com a graça de Deus, argumenta.



OS PRODUTOS



O índio Pataxó ainda revela que todos os produtos para a venda são fabricados dentro da mata e são levados para várias aldeias de forma a beneficiar a comunidade.



- Eles são produzidos no torno que é cavado e na mão. Na mão são produzidos produtos como colher de pau, piteiras, gamelas e os colares com ajuda das mulheres. Para ficar do tamanho ideal, nós pegamos à madeira e cortamos no tamanho certo com os motores deixando bem aperfeiçoado, diz.



De acordo com Patchorram para se ter  produtos para a venda, a produção demora cerca de 90 dias. Neste caso, é necessário comprar os produtos de outras aldeias para realizar as vendas.



-  A produção do material não demora muito porque a cada produto é um fabricante. Perdemos muito tempo se for só a nossa produção.  E os preços variam de cinco reais a 50, completa.



ESTADIA



O tempo selecionado para ficar em Montes Claros é até o término dos produtos. Para que desta forma,  possam retornar a Coroa Vermelha, e produzir mais para a venda.



- A venda aqui nesta cidade tem sido boa, o trabalho está saindo. Quando a venda acaba, retorno para a aldeia, produzo novos materiais para ir a outra cidade vender. Eu vivo deste trabalho, para dar alimento aos meus filhos e a minha mulher, o importante é que tenho onde trabalhar, que enquanto outros estão fazendo coisas erradas nas drogas, nós trabalhamos na honestidade, revela.



A seleção das próximas cidades é realizada pelo cacique da tribo, do qual possui a extrema liderança dos índios Pataxós.  



- Ele faz um documento, pedindo segurança quando estivermos na cidade para trabalharmos. O meu trabalho é este, meu ganha pão é tirado daqui, explica.



COROA VERMELHA



A aldeia de Coroa Vermelha pertence à etnia Pataxó, o local é oficial do Descobrimento do Brasil. Fica distante 7 km da cidade de Santa Cruz Cabrália e 15 km da cidade de Porto Seguro.



De acordo com Patchorram, os visitantes que passam por suas terras poderão visitar o shopping indígena e o Museu Indígena que conta a história, vida e cultura das etnias indígenas do Brasil. O Terminal Turístico oferece ao visitante o artesanato local e da região.



Para mais informações sobre esta cultura é só ir à Praça Doutor Carlos Versiane durante o dia para encontrar Patchorram.

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