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Terça-Feira,23 de Setembro

Hip Hop e grafite levam cultura ao Grande Maracanã

Jornal O Norte
Publicado em 17/08/2009 às 10:57.Atualizado em 15/11/2021 às 07:07.

Michelle Tondineli


Repórter



Curso de Hip Hop itinerante está levando aos jovens dos bairros Maracanã, Santa Rafaela, Itatiaia e outros um pouco sobre cultura e sociabilidade. O projeto é desenvolvido pela prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria de Desenvolvimento Social.



De acordo com a chefe de promoção de trabalho e renda, Ivonilde Pimenta, esse curso de hip hop acontece através dos Cras.E atualmente ele esta funcionando no bairro Santa Rafaela.



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- Além de trabalharem com a dança, no Santa Rafaela, eles também trabalham com o grafite. O público normalmente atendido é o que esta em vulnerabilidade social, e ou beneficiados de programas sociais, sendo bem interessante - afirma.



Segundo o professor de dança Jéferson Mendes Pereira, a faixa etária dos alunos são de 12 a 17 anos, todos os dias das 13h30min às 16 horas. Ele ainda explica que as aulas começaram no início de julho e que é de fácil percepção a identificação que os jovens possuem com a música e com o grafite.



- Porque o Hip Hop faz parte da classe menos favorecida. Então eles até relatam mais o estilo do Hip Hop do que outras culturas. E também pela vivência deles com a cultura negra que possui uma ligação, explica.



A chefe de promoção de trabalho e renda, ainda completa que vê neste trabalho dois fatores importantes que ajudam a construir um bom jovem.



- Primeiro eu vejo a elevação da auto estima, principalmente nas comunidades mais carentes, a falta de lazer, de entretenimento e a falta deste convívio social. E em segundo com estes trabalhos nós conseguimos ver a afinidade e a vontade das pessoas com a dança, com o entretenimento, lazer e a cultura é muito intenso nesta comunidade. Às vezes eles ficam muito ociosos por não ter nada pra fazer, e através dos Cras nós moldamos vários cursos, como manicura, cabeleireiro, tantos outros e a cultura - explica.



Ivonilde completa que no final do ano pretende-se fazer uma culminância, um encontro para reunir outras comunidades, ou até mesmo uma troca de experiências.



O aluno Fabrício Pereira da Silva, explica que aprender sobre arte e cultura é muito importante. Desta forma ele freqüenta as aulas de hip hop e grafite todos os dias.



- Eu estou aqui há dois meses e nunca faltei à aula. Assim, a cultura passa a ser valorizada, e tira os adolescentes da rua, argumenta.



Já o aluno Alexandro Rodrigues Ferreira, que também freqüenta a aula desde o inicio sem perder nenhuma aula, acredita que além da diversão a cultura é importante.



- Com o hip hop e o grafite nós temos um ponto de referencia, aprendendo a valorizar nossas origens e a nossa cultura, completa.



O professor de dança conta que quando uma pessoa inicia a dança, vem sempre da rua, facilitando todo o processo de afinidade.



- Geralmente a maioria dos meninos, já começa a brincar às vezes na rua, ai você começa a explicar sobre a dança, introduzir os passos, e ai já fica mais fácil de passar os verdadeiros movimentos com acrobacias, que eles até já possuem, e não sabem que tem, frisa.



Jéferson complementa que o processo de aprendizado com a dança é muito rápido, em um mês o grupo já consegue se preparar para uma apresentação. Já o grafite o processo é um pouquinho mais demorado.



- O grafite demora um pouco. O primeiro contato é com a folha e o formato dos desenhos, depois de seis meses você tem o contato com as tintas, e vai começando a aprender a utilizar o spray, a tinta, os rolinhos e todos os outros materiais. E logo após esse processo, você parte para os gravites na cidade, diz.



Segundo Ivonilde todo o material utilizado na aula de dança e de grafite é doado pela secretaria de desenvolvimento social, e que para realizar a inscrição em uma das turmas é só procurar o Cras Maracanã.



- Nós enfrentamos certa dificuldade. Porque inicialmente não temos condições de expandir mais estas aulas a outras áreas, e que por falta de parcerias e de espaços nós nos concentramos em um grande pólo. Nós pretendemos desenvolver em todos os bairros este curso, sobressalta.



Jéferson concorda com Ivonilde e ainda completa que a demanda da comunidade esta aumentando. Os jovens estão querendo aulas no sábado.



- Os jovens que trabalham durante a semana e não conseguem freqüentar as aulas estão pedindo para que seja criada uma turma no sábado, e nós temos demanda para isso. A aula começou em julho e vai até o fim deste semestre. No final dos meus trabalhos eu gosto de fazer uma mostra com os alunos, podendo colocar uma competição entre os bairros, mesmo tendo dança diferente, e com toda uma relação de amizade. Pois, o pessoal é muito unido, e expressam o que possuem dentro de si, diz.



Ivonilde afirma que serão trabalhadas duas turmas por ano, agregando um maior valor nos jovens no valor de pessoas e seres humanos.



- A secretaria esta preocupada em trabalhar o ser humano quanto pessoa, trabalhando todos os aspectos, para a busca da sociedade igualitária, argumenta.



Jéferson ainda concluiu que espera poder passar pros jovens tudo o que sabe.



- Além de tirá-los da rua, estou passando um pouco do que é bom. Quem sabe um dia eles não viram os professores no meu lugar?, questiona sorrindo.

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