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O Grupo Folclórico Banzé celebra no próximo mês 51 anos de história e se prepara para embarcar para a Grécia. A trupe que nasceu no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, em 20 de maio de 1968, vai participar de festivais folclóricos no país mediterrâneo.
Fundado por Maria José Colares de Araújo Moreira, a Zezé Colares, folclorista, professora de história da música e de piano, o grupo hoje é dirigido pelo neto dela, Gustavo Colares, folclorista pesquisador. Em entrevista a O NORTE, ele conta sobre as experiências à frente do grupo e como têm se preparado para a viagem à Grécia.
Ano passado vocês celebraram 50 anos do Banzé com uma série de apresentações em Brasília, Belo Horizonte, Montes Claros e também lançaram um vídeo clipe. Como foi essa experiência?
Tivemos um ano cheio de atividades. Fomos homenageados na nossa cidade, na Assembleia do Estado e no Congresso Nacional. Fizemos exposição dos trajes do grupo em Montes Claros e em Belo Horizonte. Lançamos o primeiro videoclipe do Banzé. Representamos Minas no Festival Internacional de Folclore de Passo Fundo (RS) e proporcionamos três grandes espetáculos do Grupo Banzé na nossa cidade. Estamos nos preparando com muita dedicação para a turnê na Grécia.
Há quanto tempo você está à frente do grupo? E como é dar continuidade ao trabalho que começou com sua avó, Zezé Colares?
Assumi a diretoria em 2016. Seguir adiante com este trabalho é uma responsabilidade muito grande. A minha avó dedicou a vida dela neste projeto e, com a ajuda de outras grandes pessoas, construiu uma história de muito respeito e conquistas. O Banzé nasceu de uma pesquisa sobre as nossas manifestações populares, mas superou as expectativas de todos com tamanha capacidade criativa e qualidade no resultado. O Banzé inaugurou o Epcot Center da Disney, ganhou primeiro lugar na Europa, entre outras realizações. Não dá para continuar com o trabalho do grupo fazendo menos do que já foi feito. O peso de levar este trabalho adiante é muito grande, principalmente porque não temos apoio financeiro e nem uma entidade que sustente as nossas atividades. Mas a gratificação e orgulho do que fazemos é grande demais. Eu acredito no trabalho do Banzé e no quanto é importante o que fazemos para contribuir na afirmação de nossa identidade e formação de uma comunidade mais forte.
Como foi o convite para se apresentar na Grécia?
O Banzé faz parte de organizações internacionais de festivais folclóricos e artes populares que possuem relações com a Unesco. Através destas organizações, o Banzé é indicado e recebe convites para representar o Brasil em festivais de folclore em todo o mundo, todos os anos.
Como estão os preparativos?
O Banzé será o único grupo brasileiro nestes festivais, portanto representaremos todo o nosso país e buscamos preparar um repertório que mostre a diversidade e riqueza que possuímos aqui, principalmente se tratando das nossas crenças e devoções com presença do cristianismo e dos cultos de matriz africana.
Quais são os desafios para essa viagem?
É a primeira vez que levo o Banzé para fora do país sob a minha responsabilidade. Existe um desafio pessoal muito grande em manter o grupo unido e forte durante todos os 20 dias que ficaremos em turnê. Para o grupo, o maior desafio é mostrar o que temos de mais belo na nossa cultura, com respeito e qualidade. A programação é intensa, desde desfiles de rua, oficinas e espetáculos. Estaremos o dia todo em atividade, portanto precisamos de uma preparação física muito boa e de não deixar a alegria de lado nunca, o que é o nosso maior diferencial.