Jovem pianista que passou por experiências com drogas encontra na cidade que celebra 154 anos aconchego, apoio e amor
Adriana Queiroz
Repórter
Arte e fé transformam a vida do pianista André Marques Dutra
Ele nasceu numa região conhecida pelo cenário de grandes acontecimentos durante o período do Império no Brasil. Além de abrigar o valioso histórico e cultural do país, Petrópolis conta com lindas serras de beleza inigualável.
Fã do compositor, músico, cantor e arranjador brasileiro Egberto Gismonti considerado um virtuoso da música instrumental popular, o pianista André Marques, 28 anos, fez sua primeira apresentação em Montes Claros brindando o público com releituras de Gismonti.
- Nunca tinha ouvido falar de Montes Claros, vim exclusivamente para participar do Projeto Resgate em Novo Horizonte e Espinosa, no Norte de Minas, e aí conheci uma pessoa muito especial, que é hoje minha noiva, a Fernanda. Vim para ficar uns ficar 15 dias, e agora, em julho, no aniversário da cidade, lá se vão dois anos que estou morando aqui - conta André.
O Resgate é um projeto comprometido com o evangelismo, ministrações, palestras e aconselhamento. A missão do projeto é levar amor, esclarecimento, informação, vida, orientação espiritual às tribos diversas, pessoas, igrejas e ministérios tendo como referencial a Bíblia.
André diz que embora tenha se preparado para um curso de vigilante, antes de vir para Montes Claros, ficou sem emprego durante três meses.
- Não sabia do potencial musical daqui. Não vim para trabalhar com música. Já conhecia a história do conservatório de música Lorenzo Fernândez, mas procurei emprego na área de segurança. Mas nada consegui. Até que um dia ouvi falar da Terça Musical, me inscrevi nesse projeto e em agosto de 2009, fiz um concerto com releituras de músicas regionais e do cantor e compositor Egberto Gismonti. Depois procurei o professor Normando no conservatório, e aí apareceram uns convites para eu tocar em casamentos. Conheci também o Roberto Mont´Sá, deixei meu currículo e a coisa foi fluindo. Uma coisa chama a outra. Hoje sou professor em uma escola particular de música, faço Psicologia na Funorte, continuo tocando em casamentos e recepções e acompanho cantores e outros músicos em eventos – conta.
REFERÊNCIAS
André fala com carinho da família que tanto o influenciou em sua trajetória, na sua luta contra as drogas e que pretende em breve, homenagear sua mãe num projeto só de músicas cristãs, inspirado nos hinos do Cantor Cristão, um livro de músicas cristãs tradicionais de várias épocas, publicado pela CBB-Convenção Batista Brasileira, em 1907. Em sua totalidade o Cantor Cristão contém 581 hinos de edificação a Deus.
- Tenho um irmão, o Ricardo, músico, mas que não vive da música, é engenheiro. Me lembro dele tocando violino e minha mãe, dona Elza, que cantava o dia inteiro. Na verdade, minha mãe é uma apaixonada pelos hinos cristãos. Quero homenageá-la num projeto meu, intitulado Músicas para orar, um CD só de piano. Noventa por cento serão músicas do Cantor Cristão. Você coloca o CD e vai orar. A ideia também é levar aos centros de recuperação e igrejas - diz.
Envolvimento com as drogas
André também passou pelo deserto da vida. Se envolveu com a cocaína e com o crack, drogas que têm acabado com a saúde física e mental dos viciados, causando danos no cérebro rapidamente, com a destruição de neurônios, entre outros.
- Aos oito anos, não sei por que, eu, filho de pais missionários, desviei do caminho. Comecei a beber, a fumar um cigarrinho e por aí afora. Me casei aos 17 anos, separei com 20, sou pai de uma filha de dez anos. Me envolvi com coisa mais pesada e o negócio começou a tomar uma proporção grande. Precisei sair de Petrópolis e fui para o Espírito Santo me internar.
Lá conheci a cocaína e o crack. Uma loucura/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"not_titulo">