Michelle Tondineli
Repórter
Sexta, sábado e domingo, o teatro Cândido Canela, no Centro Cultural Hermes de Paula, vai receber os alunos do Instituto Zambra Aline Viana. Serão 110 bailarinos no palco, envolvendo alunos de cinco a 40 anos, com uma hora e meia de espetáculo, na sexta e sábado as 20 horas e no domingo as 18 horas. O ingresso pode ser adquirido no valor de R$ 5,00 (cinco reais) antecipado e R$ 10,00 (dez reais) na portaria.
A professora de balé clássico e jazz, Taty Alkimin, explica que a apresentação vai envolver todos os estilos trabalhados na escola, entre eles balé clássico, jazz, hip hop, dança do ventre, dança espanhola, flamenco e dança de salão.
(foto: MICHELLE TONDINELI)
Alunas de balé clássico estão ansiosas.
- Fizemos uma mistura e vamos apresentar tudo. As pessoas que forem assistir vão conhecer um pouco de cada dança, com o nosso elenco bem comprido. Alguns dos nossos alunos vão apresentar em vários estilos, é bem legal - revela.
O festival foi criado não só para que o trabalho fosse mostrado, mas também para que as pessoas tenham um contato com outros tipos de cultura e de estilos de dança. De acordo com Taty, a coreografia é toda criada pelos professores do instituto, especialmente para o espetáculo com o tema “E agora eu era”.
- O festival vai mostrar todos os ritmos, de vários povos. Cada estilo tem o seu porque, e nas apresentações é explicado isso. O porque de cada coisinha, afirma.
Ela explica que o instituto já possui seis anos, idealizado por Aline Viana, especialista em dança do ventre e dança espanhola, após a morte da professora Cristiane Coltinho dona da Escola de Danças Espanholas Zarzuela. Após seu falecimento a família pediu para que Aline, sua aluna há cinco anos, continuasse com o trabalho.
- Quando o instituto começou só tinha dança do ventre e espanhola, desenvolvendo para o balé clássico, seguido do jazz, hip hop e dança de salão. Para ser aluno, o interessado pode fazer uma aula experimental e escolher o estilo que se adaptar, diz.
A professora ainda fala que a cidade evoluiu bastante nas questões artísticas, mas ainda é necessário ter muito trabalho e suor para alcançar algum ponto positivo.
- É mais uma questão da região mesmo, muita gente não enxerga o trabalho artístico como um trabalho que dá lucro. Quando você fala que trabalha com dança as pessoas sempre esperam que você também trabalhe com outra coisa. Acredito que é uma questão cultural, antigamente era pior, e daqui a alguns anos isso já vai estar mudado, explica.
Taty completa que ainda falta um pouco de incentivo de órgãos públicos e da própria população para os grupos da cidade.
- Temos grupos maravilhosos, mas não tem aonde se apresentar. Falta um teatro grande para que tenha um valor maior. Preparar uma apresentação sempre dá trabalho, até mesmo porque trabalhamos com crianças. Elas ficam ansiosas, mas sempre dá tudo certo. O figurino é feito pela costureira do instituto, para não ter aquela correria, com exceção das meninas de dança do ventre que compram a sua roupa, diz.
Em três anos de trabalho no Zambra, Taty revela que não existe lugar melhor para apresentar seu trabalho e novas idéias.
- Tenho muita liberdade de trabalhar aqui, e gosto muito da dança. Acredito que ainda falta as pessoas reconhecerem melhor o nosso trabalho, valorizando um pouco mais. Depois desta apresentação vamos entrar com um projeto novo, um grande espetáculo com todos os grupos da cidade, finaliza.
A jovem Ana Lúcia Barçala Araújo, 8 anos, aluna de balé clássico, faz aulas a seis meses. Levando muito a sério a apresentação. Ela gosta da aula, aprendeu muito e está bastante preparada. A expectativa é de que tudo ocorra bem, que tenha bastante gente, sendo proveitosa.
Já Mariana Guimarães, 22 anos, também aluna de balé clássico e dança do ventre, faz aula há quatro meses. Descobriu uma doença crônica há um ano, artrite dermatóide, e está muito animada.
– Eu gosto muito da dança, de estar no palco. Antes de descobrir esta doença eu fazia teatro, e sempre vou sentir o friozinho na barriga. Apesar de estar lidando com um grande público, estou preparada, ansiosa, e não consigo dormir a noite. Mas de acordo com as minhas possibilidades o meu empenho é forte. Para mim é uma vitória muito grande, e vai ser muita descoberta boa, conta animada.