Da Ascom/ MinC
Entre os dias 20 de junho e 6 de julho, como parte das comemorações dos 40 anos de um período que mudou o rumo da história do Brasil e do mundo, o ministério da Cultura e a secretaria nacional de Direitos Humanos da Presidência da República apresentam, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o evento 68/Utópicos e Rebeldes.
Serão diversas mostras - iconográfica, audiovisual, cinematográfica -, além de apresentações teatrais, debates, oficinas e lançamento de publicações. O objetivo principal da iniciativa é o de recuperar o significado histórico do ano de 1968 e refletir sobre o legado e a importância para o presente e para as gerações futuras. Os encontros discutirão o envolvimento do movimento estudantil, do cinema, da imprensa, do teatro, da política e o surgimento do Tropicalismo - movimento estético musical que surgiu da inquietude do final dos Anos 60.
A cerimônia de abertura contará com a presença de dezenas de personalidades, que serão homenageadas pela atuação de destaque, naquele período, na música, literatura, política, direitos humanos e outras áreas. No decorrer da mostra, também serão lançados nove livros sobre a temática, dentre eles 68: Destinos. Passeata dos 100 mil, do fotógrafo Evandro Teixeira, e O poder das barricadas - uma autobiografia dos anos 60, do paquistanês Tariq Ali.
Marcado por transformações políticas, sociais, comportamentais e artísticas, o ano de 1968 será relembrado com uma programação que inclui debates com a participação de personagens que tiveram suas trajetórias ligadas àquele momento. Outro destaque será a mostra de documentários produzidos pela seção paulista do Departamento de Ordem e Política Social (Deops) - órgão responsável pela investigação, cujo objetivo era controlar e reprimir movimentos políticos e sociais contrários ao regime no poder.
1968 E A RESISTÊNCIA CULTURAL
Ponto de partida para uma série de transformações sociopolíticas e comportamentais, que afetaram as sociedades da época de uma maneira irreversível, o ano de 1968 representou um marco para organizações não-governamentais, de defensores das minorias e dos direitos humanos, e de outros grupos como ecologistas, feministas e estudantes, em todo o mundo.
No Brasil, o movimento associou-se a um combate mais organizado contra o autoritarismo e a ditadura militar, intensificado com protestos mais radicais, especialmente por parte dos universitários. O ano começou com a juventude nas ruas, expressando seus sonhos de liberdade e gritando seu desejo de mudanças na política, ensino, artes, relações de gênero e família, moda, dentre outros, e culminou com o Ato Institucional 5 (AI 5) - instrumento que deu ao regime político poderes absolutos e cuja primeira conseqüência foi o fechamento do congresso nacional por quase um ano e a instituição da censura oficial dos veículos de comunicação no país.