Michelle Tondineli
Repórter
O grupo Fibra é acostumado a apresentar espetáculos infantis, mas desta vez a censura é 16 anos. O espetáculo Vem ver boi é o 16° apresentado pelo grupo, em uma temporada de final de ano. Começa amanhã, sábado, e prossegue nos finais de semana, até o dia 29, sempre às 20h, no Espaço Teatro Fibra, localizado na Sebastião Dias Soares, 75, Alto São João.
De acordo com o integrante do grupo Lucílio Gomes, o espetáculo é um projeto audacioso construído no peito e na raça, o que é próprio do grupo que desafia todas as leis há 30 anos, pela vontade de fazer teatro.
- Nos tornamos anti-sociais deixando de repartir com nossas famílias e amigos os finais de semana, para mergulharmos no processo de criação da mais nova obra do Grupo Fibra, que reúne mais que desejo. É o reencontro de um sonho que comecei sonhando junto com esse grupo na década de 80. Poder voltar a Montes Claros para trabalhar com o Fibra, é o mesmo que voltar a seu lugar de origem para regar a árvore onde à parteira enterrou o seu umbigo, para que crescesse forte e desse muitos frutos, coisas da nossa herança africana e que é raro hoje em dia, revela.
Ele explica que o paralelo da árvore é dividido com a Terezinha Lígia que é guerreira incansável e que o iniciou nessa arte.
- Meu umbigo foi muito bem tratado, pois mirando nesse exemplo nunca desisti e faço da minha vida o teatro e do teatro minha vida. “Vem Ver Boi” é um grito de urgência, urgência de retorno de encontros para podermos trocar pelo menos um pouco o sintético e o cibernético pelos sabores do amor, do compartilhar e pensar juntos, afirma.
Cena apresentada no ensaio geral de Vem ver boi.
O novo Espetáculo do Grupo Teatro Fibra, “Vem Ver Boi” tem na direção Lucílio Gomes, dramaturgia de Terezinha Lígia, direção musical Amauri Tibo, produção executiva Ricardo Simões.
Terezinha Lígia explica que o texto que foi sendo elaborado durante os laboratórios realizados para o espetáculo.
- É um mosaico que retrata através da personagem Sá Dona a individualização do homem contemporâneo com suas mazelas políticas, existenciais e morais, mas também os valores culturais, em especial os festejos de Boi que permeiam todo o Brasil como fonte perene para mudanças de atitude, reacendendo nesse mesmo homem o desejo de se “ajuntar” para dançar, cantar e festejar, explica.
Ela ainda explica que o espetáculo tem forte apelo visual , quando as fantasias da personagem Sá Dona.
- O espetáculo não conta uma história, com linguagem contemporânea e experimental, se aproxima do realismo fantástico, fala das mazelas morais, existências e políticas do homem moderno através da personagem Sá Dona.Tudo o mais que acontece é fruto da imaginação e sonhos que são materializados através de imagens de forte impacto visual, simplifica.
Terezinha ainda fala que o cenário é composto de apenas uma escada e uma grande variedade de elementos cênicos, figurinos e adereços. Mais informações (38) 3082-4590.