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Terça-Feira,30 de Abril
Retrospectiva 2022

Efervescência e luto

Cultura brilhou em 2022: centenário de Darcy Ribeiro e Festas de Agosto; mas houve a tristeza pela perda do cineasta Paulo Henrique Veloso Souto

Da Redação*
29/12/2022 às 22:44.
Atualizado em 29/12/2022 às 22:45

Alegria e orgulho marcaram as Festas de Agosto, após dois anos fora do calendário devido à pandemia. (LEONARDO QUEIROZ)

A cultura efervesceu em Montes Claros em 2022. A começar pela homenagem a Darcy Ribeiro, nascido na cidade em 26 de outubro de 1922. Foi um homem de mil faces: etnólogo, antropólogo, educador, cientista social e escritor. Para celebrar o centenário de seu nascimento, intelectuais montes-clarenses organizaram a exposição “Viva, Darcy é uma Festa!” no Museu Regional do Norte de Minas, no centro histórico.

Na entrevista “As várias faces do centenário Darcy Ribeiro”, uma das curadoras da exposição, a doutora em literaturas de língua portuguesa, Ivana Rebello disse que Darcy “multiplicou-se em todos os seus empreendimentos, deixando em tudo a marca de sua fecunda inteligência. Soube transformar sonhos em fazimentos”. 

Montes-clarenses celebraram centenário do ilustre conterrâneo Darcy Ribeiro (FUNDAÇÃO DARCY RIBEIRO)

Darcy Ribeiro formou-se em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1946), com especialização em Antropologia. Etnólogo do Serviço de Proteção aos Índios, dedicou os primeiros anos de vida profissional (1947-56) ao estudo dos índios de várias tribos do país. Fundou o Museu do Índio, que dirigiu até 1947, e colaborou na criação do Parque Indígena do Xingu. Escreveu uma vasta obra etnográfica e de defesa da causa indígena. 

“A exposição ‘Viva, Darcy é uma festa!’ une o espírito revolucionário do filho de Montes Claros com a inquietude criativa da arte. O artista é um fazedor de esperanças e um porta-voz da indignação. Somente ele daria conta de expressar o fenômeno Darcy Ribeiro. Nessa exposição reunimos a potencialidade criativa de muitas mãos. Não é somente uma exposição para ser vista. Ela é um espaço que se abre, um instante entre o possível e o impossível, um desafio aos obstáculos e uma aposta no amanhã. Esse é o papel da arte” disse a curadora, Ivana Rabello. 
 
ENFIM, AS FESTAS DE AGOSTO!
Depois de dois anos, devido à pandemia, foi com muita alegria que O NORTE acompanhou o retorno dos festejos nas ruas montes-clarenses. Infelizmente, este ano os foliões não puderam contar com a participação do Mestre Zanza, principal personagem das festas que “se encantou” em 2021.  

“A todo momento a gente lembra do Mestre Zanza, meu pai. A gente pisa os pés na rua e, no coração e na memória, já vem esse sentimento de saudade. Não só dele, mas de todos os mestres. Ao mesmo tempo, todos nós dançantes estamos felizes em poder representá-los nessa volta para ruas”, comentou Júnior Pimenta, mestre do 1° Terno de Nossa Senhora do Rosário e gestor da Associação dos Catopês Marujos e Caboclinhos. 
 
APAGAM-SE AS LUZES
Infelizmente, o ano de 2022 também foi marcado pela perda do cineasta montes-clarense, Paulo Henrique Veloso Souto. Paulo Henrique foi produtor executivo e ator em “Cabaré Mineiro” e “Escolhido de Iemanjá”. As festas populares são mostradas em seu documentário “Aníbal, um Carroceiro e seus Marujos” (festejos em Montes Claros), de 1980.

“Vida rica que o cinema me proporciona”, dizia o cineasta Paulo Henrique (SILVANA MAMELUQUE/DIVULGAÇÃO))

O cineasta era formado em Comunicação, tinha carteira do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro nas funções de diretor cinematográfico, produtor executivo e ator. Tinha formação de ator pelo Teatro Tablado de Maria Clara Machado.

*Com informações da Academia Brasileira de Letras e dos repórteres Adriana Queiroz e Leonardo Queiroz.

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