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Quinta-Feira,28 de Novembro

É junho: viva São João!

Jornal O Norte
04/06/2008 às 11:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:34

Paula Machado


Repórter

O mês de junho chegou e com ele as festividades. A tradição cultural e as vanguardas se unem para vivenciar os Dias de São João e de Santo Antônio. Nesses dias é comum comer muito pé-de-moleque, vaca atolada e canjica, mas também é um período onde as paróquias e os lares comunitários se organizam para que a renda arrecadada nos eventos que organizam, possa ser revertida para obras e serviços para as comunidades ou para os necessitados. Uma ação que gera uma doação. Um movimento cultural de cunho social, voltado para uma ação humanitária. E um exemplo é o Lar Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, mas conhecido como Orfanato, fundado em 07 de março de 1951.

Desde sua constituição o Orfanato, como é conhecido o Lar, foi dirigido, primeiramente por religiosas, com apoio da comunidade. As ações desenvolvidas no Orfanato visam à formação necessária para desenvolvimento integral para a vida em sociedade das crianças e adolescentes que vivem no local. Hoje, a instituição se mantém com recursos provenientes de parcerias com a comunidade e a sociedade civil.

As barraquinhas do Orfanato ocorrem há 10 anos, e se matêm devido às ajudas humanitárias. Tem como objetivo arrecadar fundos para manutenção da entidade. Mas não se limita apenas a isto, se tornou um evento ímpar que envolve moradores da comunidade local, a sociedade civil, empresas e parceiros em prol das crianças e adolescentes assistidas pela entidade.

PROGRAMAÇÃO

As barraquinhas do Orfanato tiveram início dia 23 de maio e continuam até dia 8 de junho. O evento ocorre em frente à sede do Orfanato, Rua São Carlos, Bairro Todos os Santos. São exatamente três semanas de festa.

- Saibam todos que é o evento do amor e da união, pois Irmãs, funcionários, voluntários e colaboradores estão trabalhando arduamente para poder oferecer a toda a sociedade montes-clarense uma grande festa.

Quero aproveitar a oportunidade para parabenizar todas as equipes envolvidas neste projeto social.  É momento de festejar! Venham todos! -informa Kátia Borges, coordenadora de projetos do Lar.

ORIGEM DA FESTA JUNINA NO BRASIL

Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.

De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por).

Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio à dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo à dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.  

Todos estes elementos culturais foram com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.

A TRADIÇÃO JUNINA NO NORDESTE

Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.

Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas. 

COMIDAS TÍPICAS

Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.

Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais. 

TRADIÇÕES

As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem estes cenários, são cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.

No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades.

Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.

Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.

CURIOSIDADE

Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, é comum mulheres solteiras fazerem simpatias para se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz à tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.

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