O Festival folclórico apresenta, neste sábado, a banda mineira Berimbrown, que faz um recorte da miscigenada cultura brasileira em um show que leva o público ao delírio
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
Black music, capoeira, muito gingado e, é claro, o som dos tambores no palco do 29º Festival Folclórico na noite desta sábado, com o show do grupo Berimbrown, de Belo Horizonte. Mais um grupo mineiro a se inspirar nas raízes africanas, que ganha o mundo com um ritmo chamado Congo Pop, uma combinação de melodia, harmonia, guitarra distorcida com repente e batucada, música soul com berimbau, tambores, tambores, tambores, mais tambores e uma energia visceral, sem, entretanto, perder a doce melancolia que marca a música afro-mineira, por mais quebradeira que seja.
Neste sábado, o Berimbrown é atração no 29º Festival Folclórico
Com uma performance que lembra o bom e velho James Brown, aliada à intensa criatividade brasileira, o que se pode esperar do Berimbrown é um show frenético, vibrante, que provoca um onda elétrica entre palco e público, que se entrega e vai ao delírio.
Nascido de um projeto sociocultural e artístico, na comunidade do Maria Goretti, periferia de Belo Horizonte, desde 1997 o grupo promove a preservação da cultura de matriz africana e a busca da cidadania através da arte.
Seguidores da black music, sem vergonha de assumir o visual clássico dos anos 70, com calça boca-de-sino, pra cima do umbigo, cabelo eriçado, garfo no bolso, colete e paletó, batbuti no pé, como cantam em Aglomerado (2000), o Berimbrow manda ver no reggae, funk e soul dos anos 70, misturando o som brasileiro que vem dos terreiros, dos tambores mineiros, da cultura de um povo miscigenado. O resultado é um recorte da mais autêntica cultura brasileira formada pelo sincretismo de muitas influências de outras terras, de outros povos.
É impossível não se identificar instantaneamente com o som desses meninos que falam da vida urbana de modo singular, revelando as mazelas de um povo sofrido, que se alegra em voltar para casa levando na sacola o pão de cada dia e, no coração, a esperança de dias melhores.
Formado por Berico (Guitarras e Voz); Ronilson (Baixo e Tambor); Buda (Tambor e Bateria); Marconi (Tambor e Percussão); Adriano George (Trompete e Voz); Mestre Negoativo (Berimbau, Percussão e Voz) e participação de DJ A Coisa, Toninho Trombone e Daniel de Canhas Maciel (Guitarra), o Berimbrown é promete tocar a alma com o vigoroso som do tambor que vai tomar conta da noite deste sábado, 18 de agosto, às 21h30, no palco principal do Festival Folclórico, na Praça da matriz.