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Segunda-Feira,22 de Setembro

Convivência familiar no Cine Sesc

Jornal O Norte
Publicado em 07/05/2009 às 10:02.Atualizado em 15/11/2021 às 06:58.

Márcia Braga


Colaboração para O NORTE



Neste domingo, dia 10 de maio o CineSesc prossegue com a mostra Retratos do Brasil apresentando Durval Discos (1996). Grande vencedor do Festival de Gramado de 2002 (sete Kikitos, incluindo o de melhor filme), o longa-metragem de estreia da diretora Anna Muylaert, alterna elementos de comédia absurda, drama comportamental e suspense. A história do quarentão que teima em vender apenas vinis em sua loja de discos, sua relação com a mãe amalucada e a chegada de uma menina que vai implodir esse universo se vale bem da mistura de gêneros e estilos e das frequentes mudanças de tom.



DURVAL DISCOS



O filme apresenta a questão do confronto de mundos, de ideias e comportamentos. No início, há uma velha casa paulistana e sua loja de discos como um ambiente analógico que resiste à crescente digitalização ao seu redor. Mas ainda existe o “ao redor”, ainda mantém-se um contato com o lado de fora, para o qual Durval e a mãe são perfeitas antíteses. O rigor formal é absoluto: longos planos de câmera parada, estabelecendo a imutabilidade daquela existência. Mas a menina “perdida” chega para “mover a vida” e, eventualmente, mover a câmera.



Com a variedade de gêneros cinematográficos adotados por Muylaert, destaca-se, além das interpretações do elenco, a trilha sonora em que as canções são mais que “preenchimento de fundo”. Do Tim Maia racional a “London, London”, interpretada por Gal Costa, as músicas comentam e revelam a narrativa do filme. E depois dos conflitos e revelações da história, Durval parece buscar um lugar para integrar-se ao universo caótico da cidade. Ou mesmo, brigar pelo direito de exilar-se (da “loucura familiar”) no mundo real e urbano.



CINEMA



O CineSesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 18h. O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.



MOSTRA



Em A origem dos bebês segundo Kiki Cavalcanti, curta que completa a programação, somos apresentados a Kiki, uma criança encantadora e sobre a qual é impossível ter qualquer controle. Criada num ambiente atribulado devido às constantes brigas dos pais e à ascendência do irmão endiabrado, ela trabalha dentro de si essas influências e constrói uma lógica toda particular. O que podemos ver são as manifestações do contato da menina com o mundo, e sua teoria (justificada pelas confusões familiares) sobre o nascimento dos bebês. O que a diretora Anna Muylaert mostra é um interessante paradoxo: Kiki mantém a visão inocente da infância, mas já está contaminada pelos símbolos da violência a sua volta.



PRÓXIMAS ATRAÇÕES



17/05 – “O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas” (2000), documentário de Paulo Caldas e Marcelo Luna.


24/05 – “Edifício Máster” (2002), dirigido por Eduardo Coutinho.


31/05 – “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005), direção de Marcelo Gomes.

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