Logotipo O Norte
Segunda-Feira,22 de Setembro

Concurso de quadrilha anima as festividades de São João

Jornal O Norte
Publicado em 29/05/2009 às 10:39.Atualizado em 15/11/2021 às 07:00.

Paula Machado


Repórter



Começa sábado, dia 30, o concurso de quadrilhas realizado pelo Centro Cultural, através da secretaria municipal de Cultura, com a coordenação do chefe de seção de memória, José Luis Pereira da Silva. O concurso vai acontecer nos Bairros Santos Reis dia 30 de junho; no Delfino dia 6; no Renascença dia 13; Esplanada dia 20 e dia 27 a grande final no Bairro Major Prates. Segundo o coordenador, na final os cinco grupos selecionados vão disputador no parque de exposições João Alencar Atayde no dia 3 de julho, aniversário da cidade.



As inscrições já estão abertas e podem ser efetuadas nos centros de convívio de cada bairro até dois dias antes da final. Além dos troféus, José Luis revela que os competidores ganharam prêmios em dinheiro. O primeiro lugar concorrerá a três mil reais; o segundo a dois mil reais; o terceiro, quarto e quinto lugares a mil reais. De acordo com o edital, cada grupo participará com no máximo 20 pares e no mínimo 14 pares.



A intenção é levar a quadrilha para os bairros partiu da necessidade de integrar a população com a cultura e com as festividades.



- A festividades de forró eram sempre realizadas a aproximadamente 15 anos nos lugares centrais da cidade, como por exemplo nas praças, mas devido a falta de locomoção da maioria das pessoas, optou-se pela realização do concurso nos bairros como forma de tirar as famílias de suas casas, promover uma integração e um resgate cultural com segurança - afirma.



Ele explica que a participação da população é essencial para o resgate cultural da cidade, além de apresentar novas modalidades de quadrilha e de forrós, os jovens têm voltado à atenção para as festividades e participado mais.



GRUPOS



O coordenador afirma que o evento é aberto para a participação de outros grupos de cidades vizinhas que quiserem mostrar seus trabalhos, mas que a premiação é somente para os grupos dos bairros de Montes Claros, onde acontecerá o concurso.



Para o secretário de Cultura, Ildeu Braúna, o projeto que atenderá  a sua função social e cultural ao oferecer ao público a oportunidade de dançar forró; abertura de espaços de trabalho para músicos e bandas; e a perpetuação da tradição ao incentivar as nossas festas de Santo Antônio, São João e São Pedro, que além da música e dança trazem no seu bojo costumes como quadrilhas, comidas e bebidas típicas, decoração típica, quebra-pote, pau-de-sebo, entre outros, possibilitaram a promoção doi evento.



DANÇA



O forró segundo o secretário é a mais tradicional e popular atividade cultural do Norte de Minas, além outras atividades também muito importantes, como as Folias de Reis, serestas e congados, mas nenhuma outra atividade tem a abrangência que tem o forró, tanto do ponto de vista geográfico como do social, pois não existe nenhuma cidade, distrito ou povoado que não tenha um grande interesse por esta modalidade cultural.



- O povo tem desde muito tempo o forró, tanto na música quanto na dança, como a sua mais participativa e socializante atividade de cultura e lazer. Esta preferência pode ser detectada tanto nas grandes cidades como nas menores. A força do forró aumenta à medida que se aprofunda pelo sertão nos povoados, currutelas e fazendas – explica Ildeu Braúna.



Ele ressalta que o objetivo do evento é descentralizar as atividades da secretaria para que elas possam ser estruturadas nos bairros para que as pessoas de determinadas regiões possam se divertir e comemorar as festividades juninas mais perto de casa.



PARCERIA



Ele explica que a força dos meios de comunicação fez com que o forró, antes uma modalidade artística regional/nordestina, conquistasse todo o Brasil de forma massificante, caindo na preferência inclusive da juventude. Isso resultou na diversificação do forró tradicional que tem como pai o rei do baião, Luiz Gonzaga. Mas o secretário informa que tanto a imprensa, como os órgãos públicos responsáveis e a população têm o dever de manter vivas as tradições.



- O surgimento de vários grupos com equipamentos eletrônicos mudou o estilo tanto da música como da dança e o velho forró pé-de-serra perdeu espaço. As pessoas cuja preferência é o forró tradicional têm dificuldade de encontrar espaços alternativos para exercer essa mania e prazer que é dançar o forró de qualidade – finaliza o secretário.



ORIGEM DA QUADRILHA



A quadrilha brasileira segundo o site da www.suapesquisa.com, teve sua origem através de uma dança de salão francesa para quatro pares, a quadrille, em voga na França entre o início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A quadrille francesa, por sua parte, já era um desenvolvimento da contredanse, popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII. A quadrille veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo que fosse a última moda de Paris (dos discursos republicanos de Gambetta e Jules Ferry, passando pelas poesias de Victor Hugo e Théophile Gautier até a criação de uma academia de letras, dos belos cabelos cacheados de Sarah Bernhardt até ao uso do cavanhaque).



Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.



Desde do século XIX e em contato com diferentes danças do país mais antigas, a quadrilha sofreu influências regionais, daí surgindo muitas variantes:



“Quadrilha Caipira” (São Paulo)


“Saruê”, corruptela do termo francês “soirée”, (Brasil Central)


“Baile Sifilítico” (Bahia)


“Mana-Chica” (Rio de Janeiro)


“Quadrilha” (Sergipe)


“Quadrilha Matuta”



Hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha encontram-se o acordeão (acordeom), pandeiro, zabumba, violão, triângulo e o cavaquinho. Não existe uma música específica que seja própria a todas as regiões. A música é aquela comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.



Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores devem desenvolver. Termos de origem francesa são ainda utilizados por alguns mestres para cadenciar a dança.



As festas juninas brasileiras podem ser divididas em dois tipos distintos: as festas da Região Nordeste e as festas do Brasil caipira, ou seja, nos estados de São Paulo, Paraná (norte), Minas Gerais (sobretudo na parte sul) e Goiás.



A festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São João, mas também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas de milho integram a tradição, como a canjica e a pamonha.



O local onde ocorre a maioria dos festejos juninos é chamado de arraial, um largo espaço ao ar livre cercado ou não e onde barracas são erguidas unicamente para o evento, ou um galpão já existente com dependências já construídas e adaptadas para a festa. Geralmente o arraial é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro ou bambu. Nos arraiás acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos matutos.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por