Jerúsia Arruda
Repórter
Na tarde de segunda-feira, 18, a pesquisadora e roteirista de cinema, Adriana Cursino lançou, em Montes Claros, o curta metragem Estado de Seca.
O filme foi realizado em janeiro de 2005, a partir de uma pesquisa e personagens realizada pela cineasta no povoado de Catuni, localizado entre os Vales do Jequitinhonha e do São Francisco, em Minas Gerais.
Adriana Cursino, em Catuni, durante as gravações de
Estado de Seca (foto: ARQUIVO)
Em telão de três metros montado na Praça da Igreja de Catuni, na noite terça-feira, moradores de Catuni assitiram ao curta metragem que mostra sua terra e, como sugere o título, fala dos problemas vividos pela população norte-mineira devido à escassez de chuvas.
Ainda na terça-feira, o filme foi exibido na câmara municipal de Francisco Sá, às 13 horas, para os secretários da Administração Municipal e a população em geral.
O CURTA
Estado de Seca conta a história de João Durães, que ocupa uma escola pública abandonada numa região conhecida como Vale da Seca.
A câmera acompanha sem interferir diretamente, durante sete dias, o movimento de João e sua família, exatamente no período de recadastramento programas sociais do Governo Federal (Bolsa Família, Bolsa Escola e Cartão Cidadão), como também na matrícula dos filhos na escola, a coleta de água no rio, o plantio de alimentos e o cuidado com os animais, revelando a peculiaridade da sua visão de mundo.
Produzido pela Caradecão Filmes com apoio da Petrobrás e o Governo Federal, Estado de Seca contou com moradores locais como protagonistas e, durante as filmagens, recebeu apoio da prefeitura de Francisco Sá, através da secretaria de Desenvolvimento Social, que garantiu toda a assistência para que a produção fosse possível no município.
A DIRETORA
A pesquisadora e roteirista de cinema, Adriana Maria Cursino de Menezes é graduada em História pela PUC-RJ e mestre em Tecnologia da Imagem pela ECO/UFRJ. Realizou diversos cursos de pós-graduação, entre eles, Cine Latinoamericano, na Escuela Internacional de Cine y TV, em Cuba.
Foi professora assistente do curso de jornalismo da Escola de Comunicação da UFRJ e trabalha como pesquisadora de imagem em projetos documentais desde 1995.
Entre seus principais trabalhos, destacam-se a pesquisa realizada para o documentário Futebol, de João Moreira Salles; diretora-assistente do programa de TV Imagens da História, de Zelito Vianna, pesquisadora para o roteirista e documentarista Eduardo Coutinho; pesquisadora para a série de documentários 7 x Bossa Nova, dirigida por Belisário Franca; pesquisadora para o filme Anjos do Sol, dirigido por Rudi Lagemann; diretora assistente no filme Juízo, de Maria Augusta Ramos; e pesquisadora para o documentário Deixa que eu falo - Leon Hirzsman, dirigido por Eduardo Escorel.
Adriana também escreveu o livro didático Introdução ao Audiovisual, a ser publicado pela Editora do Grupo CCAA. Atualmente é professora da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, onde reside.