Festejo artístico

Cia. Caxangá apresenta ‘Valente’ em cidades do Rio São Francisco

Leonardo Queiroz
leonardoqueiroz.onorte@gmail.com
Publicado em 03/01/2025 às 19:00.
“Valente” conta a trajetória de Lorota, uma artista em declínio que busca reavivar sua carreira com a ajuda de Valente, seu leal cãozinho de pelúcia (Naum Produtora - Pedro Carvalho/ divulgação)
“Valente” conta a trajetória de Lorota, uma artista em declínio que busca reavivar sua carreira com a ajuda de Valente, seu leal cãozinho de pelúcia (Naum Produtora - Pedro Carvalho/ divulgação)

A Cia. Caxangá, de Belo Horizonte, celebra sete anos de história com a circulação do espetáculo “Valente”, uma apresentação solo da atriz e palhaça Lori Moreira. A partir deste sábado (4) até 18 de janeiro, o projeto “Valentes nos Caminhos do Velho Chico” levará gratuitamente a peça a oito cidades mineiras situadas ao longo do Rio São Francisco: Pirapora, Barra do Guaicuí (Várzea da Palma), São Francisco, Bonito de Minas, Januária, Itacarambi, Matias Cardoso e Montalvânia. A iniciativa conta com o apoio financeiro da Lei Paulo Gustavo em Minas Gerais.

Dirigido pelo multiartista pernambucano Ronaldo Aguiar, “Valente” apresenta a história de Lorota, uma artista decadente que tenta retomar o brilho de sua carreira ao lado de Valente, sua fiel cachorrinha de brinquedo. Em uma performance repleta de humor e poesia, Lorota enfrenta desafios para realizar o “grande salto mortal” de Valente, que, ao contrário do planejado, decide não colaborar com o número.

Com duração de 45 minutos, o espetáculo se passa em um cenário inspirado nos circos mambembes, explorando temas como solidão, abandono e a força para persistir. Para Lori Moreira, “Valente” é um reflexo da experiência da mulher palhaça, enfrentando adversidades em uma linguagem historicamente dominada por homens. “A pesquisa propõe mostrar a força de uma artista que segue em frente, porque o show não pode parar”, explica.

“Por ser mulher e artista, essas temáticas sempre estiveram muito presentes em minha trajetória. Não é fácil se manter artista, e por ser mulher e palhaça, isso se torna mais difícil. Muitas vezes somos desacreditadas de nossas ideias e de nossa arte. Mas ainda assim persisto e vou moldando meu caminhar, buscando sempre a troca com outras artistas mulheres”, expressa.

Para Lori estar na praça e na rua é uma forma de se conectar com o público passante, ressignificando espaços públicos e o cotidiano de cada comunidade. “A palhaçaria é uma linguagem muito bem recebida e estou ansiosa para encontrar com cada público de cada uma das cidades e comunidades. O espetáculo é uma grande homenagem à memória do circo, que assim como as memórias do Velho Chico, são passadas de geração em geração”.

Com o projeto “Valentes nos Caminhos do Velho Chico”, Lori celebra os sete anos da companhia e seus 12 anos de dedicação à palhaçaria. A escolha do Velho Chico como rota não é por acaso: “O Rio São Francisco carrega histórias e memórias importantes para as comunidades ribeirinhas. Nosso espetáculo também fala de memórias e de histórias que se constroem no encontro com o público. É uma troca muito rica”, reflete a atriz.

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