Casarão da Fafil será transformado em museu histórico

Jornal O Norte
13/07/2007 às 10:16.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:09

Unimontes anuncia recuperação


do velho casarão da Fafil,


que será sede do Museu


Histórico Regional do Norte de Minas

Jerúsia Arruda


Repórter


jerusia@onorte.net

Depois de muito tempo exposto às intempéries, de ser usado como banheiro e depósito de lixo por desocupados, além de servir de abrigo para usuários de drogas, o velho casarão da Fafil, finalmente, parece que vai ter de volta seu posto de destaque no centro histórico de Montes Claros.

Apesar da aparente ruína, parecer técnico garante que o velho casarão não corre risco de desabamento (foto: Wilson Medeiros)

Em recente visita a Montes Claros, o governador Aécio Neves anunciou a liberação de recursos da ordem de R$ 400 mil para a recuperação do casarão, que será sede do Museu Histórico Regional do Norte de Minas.

Inaugurado em 19 de janeiro de 1889, o casarão foi construído pelo coronel José Antônio Versiani, na rua Coronel Celestino, 75, próximo à Praça da Matriz. Templo da educação da cidade, foi sede do primeiro grupo escolar, do primeiro estabelecimento de ensino médio (antigo segundo grau) e dos primeiros cursos superiores de Montes Claros.

Inicialmente foi sede da Escola Normal Oficial, que ficou fechada durante alguns anos, no início do século 20 e, em 1908, passou a abrigar o Grupo Escolar Gonçalves Chaves.

Anos depois o prédio foi doado ao governo do estado e, em 10 de outubro de 1915, voltou a ser sede da Escola Normal, hoje Escola Professor Plínio Ribeiro, transferida para o prédio atual, na Avenida Mestra Fininha, em 1962.

Em 1966 o casarão passou a abrigar a Fafil - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Norte de Minas, que oferecia os cursos de Geografia, História, Letras e Pedagogia. Os cursos que eram mantidos pela Felp - Fundação Educacional Luiz de Paula, a partir de então, foram incorporados pela extinta FUNM - Fundação Norte Mineira de Ensino Superior. O prédio passou a abrigar, também, a Fadir - Faculdade de Direito do Norte de Minas, que permaneceu até 1978, quando foi transferida para o campus universitário Professor Darcy Ribeiro, da Unimontes. A Fafil só foi transferida para o atual campus em 1992.

Há mais de dez anos a comunidade vem se mobilizando para que o velho casarão seja recuperado, tendo, inclusive, parte de sua estrutura restaurada. Apesar da aparente ruína, segundo parecer técnico, o prédio não corre qualquer risco de desabamento.

Com o projeto elaborado pela Unimontes, que também será mantenedora do museu, a previsão é de que as obras de restauração sejam retomadas em breve, subsidiados pelo governo do estado, em parceria com a Cemig, através do Programa Cemig Cultural.

Segundo o reitor da Unimontes, professor Paulo César Gonçalves de Almeida, o custo total da implantação do projeto está orçado em R$ 2,09 milhões.

- Além da recuperação de um dos mais importantes prédios históricos de Montes Claros, será criado um novo espaço cultural para cidade e região, e a verba anunciada pelo governador contribuirá de forma significativa para a retomada dos serviços de restauração. Com o apoio do Governo de Minas e de outros parceiros, vamos levantar os recursos necessários para conclusão das obras - ressalta o reitor.

A fundação do Museu Histórico Regional é resultado de um projeto elaborado em 2005, com participação da museóloga Célia Maria Corsino, aprovado pelo ministério da Cultura, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91), a Lei Rouanet, para captação de recursos. A aplicação desses recursos será feita pela Unimontes, com assessoria da secretaria de Estado de Cultura, através da superintendência de Museus.

O projeto o prevê a criação do Museu para preservação da memória e tradições da região, através de exposições permanentes de seu acervo, que será montado para contar a evolução histórica de Montes Claros. O Museu também vai disponibilizar fotografias, documentos e outros materiais antigos para estudos e pesquisas, uma biblioteca, uma mapoteca e, ainda, a série de telas Via-Sacra, do artista plástico Konstantin Christoff, que será integrada ao acervo do Museu.

O orçamento previsto será destinado para as obras físicas, compra de mobiliário e equipamentos, montagem de espaços para exposições, recuperação de documentos antigos e formação do acervo do Museu, além de promoção de cursos de qualificação para formar equipe de recuperação do patrimônio histórico e de pesquisa em sítios arqueológicos e antigas comunidades indígenas e quilombolas.

De acordo com a Unimontes, os recursos inicias, liberados pelo governo, serão investidos na elaboração e pré-produção de projetos e de trabalhos preparatórios do prédio para a instalação do Museu Histórico Regional do Norte de Minas.(com informações da Unimontes).

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