Michelle Tondineli
Repórter
A arte da pintura pode ser aplicada em diversos tipos de superfície, tais como papel, tela, placas, paredes, onde é possível usar inúmeras matizes, tons e texturas. Robson Gomes Maia é pintor e vive de pintura há mais de 30 anos. O gosto pela pintura vem desde criança.
- Eu trabalho com pintura de casa, carro, placas, tela e faço caricaturas. Nas caricaturas faço pessoas desconhecidas com traços similares, faço de amigos, mais como uma forma de passar o tempo. Além de incluir as caricaturas de políticos, por estarem sempre na mídia e ser mais fácil de identificar. O pessoal aqui não gosta muito de ser caricaturado, mas gosta de ver os políticos caricaturados – diz.
Especialista em pinturas de grande porte, como em prédios comerciais, Robson afirma que os valores das telas nem sempre são acessíveis a todos os públicos.
- Geralmente faço uma pequena exposição na oficina e conto para os amigos. Aí eles vão espalhando e ganho clientes. As minhas telas sou eu que faço as molduras. A tinta e as telas são um pouco caras. Eu trabalho fazendo placas. Na hora que vou fazer o meu descanso do trabalho, eu pinto para relaxar - afirma.
Robin, como é conhecido, diz que as caricaturas às vezes provocam preconceito nas pessoas.
- Muitos amigos não entendem como um elogio e levam mais para o lado errado. Levo de uma a duas horas para caricaturar. Já o quadro é mais difícil, porque gosto de pintar coisas simples, que outros artistas não gostam, como animais e plantas. Tenho uma nova pintura em mente que é do ilustre desconhecido da cidade. E como seria? É um Galinheiro, Lena doida e outros conhecidos, mas que as pessoas esquecem rapidamente. Se repararmos, a vida passa depressa e poucas pessoas dão valor a este trabalho. As pessoas se preocupam em ganhar dinheiro e destruir a paz - diz.
Diferentemente da maioria dos pintores, Robin não trabalha com encomendas de quadros e caricaturas.
- Encomendas só para o trabalho com placas. A caricatura e a tela têm que ser da minha forma. A caricatura é uma homenagem e os quadros têm que ser com meu tema, feito para me agradar. Depois que você gostar e comprar, ele vai ser seu. Realizo trabalho de encomendas para placas de aviso, nome de lojas, de trânsito, teto de loja maçônica, placas de instrução de segurança, coisas cotidianas e simples. Nas caricaturas, costumo destacar dentes, bocas e narizes. Estou sempre inventando algo, e as telas e caricaturas são a minha terapia. É difícil vender este trabalho artesanal. Eu vivi minha vida toda de pintura e tenho prazer de fazer isso. Quando fazemos aquilo que gostamos está bom - diz.
Para o pintor, como todo trabalho autônomo, a pintura gera uma renda instável.
- É um trabalho que hoje você tem muito e no próximo mês você não tem. Tem mês que trabalhamos muito, tem mês que não trabalhamos nada. Já recusei trabalhos, não pelo serviço, mas pelo pedido do cliente e pelo cliente. Por mais que você tente agradar, você não consegue, porque muitos podem gostar de meu trabalho e outros não - finalizou.
Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (38) 3222–6885.
