Bodas de sangue é o início da triologia musical de Carlos Saura

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Jornal O Norte
06/06/2013 às 10:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:03

Foto: Divulgação

Neste sábado, 08, o CineSesc e o Cinema Comentado Cineclube encerram a mostra Carlos Saura: Música e Cinema, com Bodas de Sangue (1981). Primeiro filme da trilogia do flamenco - que se completa com “‘Carmen”’ e ‘”Amor Bruxo”’ (ambos já exibidos), mostra a história de dois jovens apaixonados que são impedidos pelas suas famílias de ficarem juntos. O reencontro acontece justamente no dia do casamento da jovem com outro homem. Um trágico destino selará este triângulo amoroso.

Bodas de Sangue é uma autêntica celebração de uma das grandes artes da cultura espanhola. Antonio Gades, gênio da dança flamenca, transformou em balé uma das mais populares histórias de Federico Garcia Lorca, sobre uma trágica cerimônia de casamento. E Saura a filmou de forma despojada, como se fosse um simples ensaio de uma companhia de dança. A câmera mostra os camarins e o palco onde os dançarinos estão fazendo um “ensaio corrido” do espetáculo, dividido em seis partes.

Nascido em Aragon, Espanha, em 1932, Carlos Saura começou a carreira como fotógrafo. Em 1952, resolveu estudar cinema. Apesar de problemas com a censura, o cineasta nunca saiu da Espanha e tornou-se um dos diretores mais importantes do país. Sua obra oscila entre a crítica às instituições e à família espanhola e a exaltação de suas riquezas culturais (caso da “trilogia flamenca”, ode à música e à dança do país).

Usando e abusando da metalinguagem, Bodas de Sangue revela o ciúme, as paixões e as traições: temas tão latinos explorados com incrível vigor pela câmera de Saura - que gira e dança tão apaixonadamente como os próprios movimentos dos bailarinos. “Eu podia observar os dançarinos de perto e via com detalhes seus esforços, o suor, o cansaço, a respiração ofegante. Era essa fascinação que queria expressar no filme. Acima de tudo, procurava com a câmera alcançar os dançarinos fisicamente, com se fosse com as mãos”, disse o diretor sobre seu filme.

Sobre o filme, o crítico Celso Sabadin conclui: “No roteiro, palavras são desnecessárias. Diálogos, irrelevantes. Tudo é narrado com as palmas, as vozes e o forte sapateado que caracterizam o flamenco. O filme é um inebriante exercício de forma e estilo. Uma viagem hipnótica pelos sons da Espanha e pelas imagens de um diretor genial. Bodas de Sangue é Cinema com C maiúsculo, é a arte cinematográfica em sua maior expressão”. Classificação indicativa: 14 anos.

O CineSesc e o Cinema Comentado Cineclube acontecem aos sábados, a partir das 19h, no Salão de Convenções do Sesc Montes Claros – Rua Viúva Francisco Ribeiro 200. As sessões são gratuitas e abertas a todos os interessados. Depois da sessão, acontece um bate-papo com a platéia sobre os filmes apresentados.

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