Michelle Tondineli
Repórter
A banda Novos Ares está há dez anos no mercado cultural de Montes Claros. Desta vez um dos objetivos da banda é expandir shows para fora da cidade, além de estar com os músicos renovados e diferentes. A banda atualmente é composta por Alen Pereira na guitarra, Charles Bauderique na guitarra e voz, Ronnie no baixo, Eduardo Junior na bateria e Daniele Ribeiro no vocal.
(foto: MICHELLE TONDINELI)
Os músicos querem buscar Novos Ares.
Segundo um dos criadores da banda, Charles Bauderique o inicio da banda começou com amigos que tocavam para escutar um som diferente. Passando os tempos, foi surgindo uma maior repercussão.
- Fomos convidados a participar de um festival no conservatório e o Alen entrou pra nos acompanhar uma vez, acabou que ficou, explica.
Charles ainda explica que no estilo musical da banda o essencial é o rock, não muito pesado e nem muito leve.
- Temos influência de Pink e Floyd e Lady Seplain e hoje, depois de 10 anos estamos com outras, na linha nacional e um pouco de samba. Queremos jogar estas influências para as nossas músicas próprias. Já temos uma demo, mas não realizamos venda, conta.
Charles explica que o nome da banda surgiu na época em que a banda É o Tchan fazia sucesso. Como veio de Belo Horizonte para Montes Claros, tudo era estranho e ruim.
- No começo, em 97, aconteceu aquela explosão do axé e pagode, e ai fiquei chocado com o som. Quando montamos a banda resolvemos colocar novos ares na cidade, sendo uma brincadeira que acabou ficando,diz.
De acordo com o vocalista e guitarristas, a banda não possui nenhum outro material desenvolvido em gravação devido a falta e preocupação das formações anteriores da banda.
- O que acontece hoje é que como montamos a banda e fomos desenvolvendo com uma forma quase que natural, não nos preparamos e idealizamos muito um CD ou DVD. Quando começamos era só realizar shows, em todo o norte de minas e na Bahia, só queríamos tocar, sem pensar em compor. Quando pensamos nisso, sentimos a necessidade. Já trocamos de vocalista várias vezes, sendo bem difícil adequar novas musicas para o novo vocal. O ano passado a banda parou, e estamos retornando agora, completa.
De acordo com Alen, o espaço musical da cidade acaba sendo um pouco restrito, complicado.
- As bandas aqui hoje estão fazendo mais um som acústico para tocar em bares e com banda pesada, guitarra e bateria é meio vago. Em geral evento para bandas está escasso, não está tendo muitos shows. Praticamente diminui bastante e ainda mais na época do ano que é forró, são poucos bares que aceitam bateria e guitarra, explica.
Os músicos ainda explicam que trabalham com cachê, para evitar problemas com o pagamento de cover. Charles revela que já levaram “calote”, na hora de pagar o cover muitos donos de bares já sumiram ou não querem pagar tudo para a banda.
- Hoje eu acho que na questão de bares e músicos, está tendo muita gente com vontade de tocar. Os músicos hoje estão meio que a mercê dos bares, você lota uma casa, e alguns desses locais não sobrevivem sem música. Além de não valorizarem o trabalho do músico, às vezes dão preferência para os novatos, sendo uma coisa sem critério. Se houvesse uma integração dos músicos, um lance de cachê fixo, uma coisa mais organizada, poderia dar certo. Tipo um sindicato, sobressalta.
A banda não tem empresário, então quando o assunto é shows, festivais e cachês são os próprios músicos que lidam com o assunto. Eles explicam que algumas contratações vem da distribuição do cartão de visita ou do conhecimento dos trabalhos já apresentados nos anos de carreira.
Quando o assunto é música, a resposta dos dois guitarristas é a mesma, viver de música no norte de minas não dá. Alen fala que precisa ter outro emprego.
- É muito complicado viver de música aqui. Quando você vive da música, é necessário correr muito atrás daquilo, e ter força de vontade. A música deve ser vista como um hobby, só para quem gosta, sendo necessário ter outro emprego, frisa.
– Para viver de música ou você estuda e vai dar aula, ou faz sucesso logo. A nossa meta é investir naquilo que vai para frente. Fazer um trabalho bem feito, e sair da região. Estamos produzindo e nos organizando para que nessa nova formação participemos de festivais fora da cidade, conta.
Como um dos novos objetivos da banda é a participação em festivais e a gravação de CD, os guitarristas expõem sobre a ansiedade que passam em conseguir realizar o desejo do sucesso.
- Como costumamos participar de festivais, espero que possamos participar mais, e seja possível chegarmos em uma linha qualidade. Eu não acredito muito aqui no nosso cenário, acho que temos que alçar vôos longe da cidade, para crescermos, sem menosprezar. Os grandes eventos estão nas capitais. E temos que correr atrás, argumenta Charles.
- Quando participamos dos festivais é porque ficamos sabendo por pesquisas na internet, por amigos e mídia. Geralmente gravamos uma música e nos inscrevemos, ai participamos da seleção. Tem festivais específicos só de rock ou forma geral, que reúne várias bandas para um som ou festival que tem premiação,conta Alen.
Quando realizam shows em outras cidades é necessário que eles se responsabilizem pelo gasto da banda. Segundo Alen, a banda só fica responsável por seu equipamento, ou seja, os instrumentos.
- Os locais na cidade já possuem shows. E quando tocamos fora, é de responsabilidade de quem nos contratou pagar hospedagem e alimentação. Ou tem festival que vamos porque temos interesse. Shows que geram lucratividade nos exigimos um valor do cachê transporte e hospedagem, revela.
Charles ainda completa que já foram enganados por casas de shows.
- Já nos aconteceu de casas de shows nos “passarem a perna”. Já levamos calote mesmo, tem lugar que chega para tocar e o responsável some, e temos que ficar ligando depois. Sempre tivemos dificuldade em conseguir 50% do cachê antecipado, para não tomar um completo prejuízo, foi quando tomamos o tombo, ressalta.
Por ser a única mulher da banda, os músicos explicam como adequar a Daniele nas novas músicas e nos shows. Segundo eles, ela já participou da banda antes, e que é normal ter uma mulher.
- Temos muita amizade e respeito, mas o lance de musica é meio difícil porque ainda estamos procurando aonde encaixá-la nas novas musicas. Ela está se adequando, fazendo um baking vocal. Quando fazíamos shows pesado, às vezes sentíamos o vazio quando ela tocava, a galera perdia o pique. Mas estamos procurando a forma de contornar isso, para que não exista esse vácuo nas bandas, algumas em evidencia, outras com um baking vocal, frisa Charles.
Para contratar os shows da banda Novos Ares é só ligar no (38) 8815–6025 falar com Alen ou (38) 9137–9621 falar com Charles.