Associação sociocultural Igor Vive

Jornal O Norte
05/11/2008 às 10:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:49

Samuel Fagundes


Repórter

A Associação Sociocultural Igor Vive em parceria com a secretaria municipal de Políticas Sociais, realiza por meio do projeto - Viver sem barreiras oficinas e atendimento psicológico a jovens de Montes Claros.

O objetivo é ensinar e levar a arte para quem não tem acesso aos meios convencionais, como o conservatório ou uma aula particular, e com isso contribuir no desenvolvimento de uma sociedade livre das formas de preconceito por intermédio dessas atividades culturais, artísticas e profissionais.

O projeto conta com a colaboração dos oficineiros: Tico Lopes; Cemilda Luciana; Helena Barbosa; Valéria Wolker (médica) e Raquel Monteiro que irão coordenar oficinas de: Dança afro, Modelagem em biscuit, Música folclórica, Reciclagem, além de atendimento psicológico acompanhado.

MARLENE XAVIER

A associação foi idealizada pela mãe de Igor Xavier, a professora aposentada Marlene Gomes Lacerda Xavier, numa homenagem ao seu filho, Igor, e também para que perpetuasse o nome dele na realização de um sonho que sempre teve vontade de fazer: o trabalho social.

Marlene Xavier é mãe do bailarino Igor Xavier


(foto: XU MEDEIROS)

- A Associação Sociocultural Igor Vive foi idealizada por mim mesma com o objetivo de promover, em suas múltiplas atividades, o desenvolvimento social de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social através de oficinas de arte em todas as suas áreas. Pretendemos também apoiar psicologicamente famílias, prioritariamente de homossexuais, no enfrentamento das formas de preconceito em especial da homofobia - explica Marlene.

Segundo Marlene a associação existe juridicamente desde 2008, mas já vem realizando eventos. A semana cultural Igor Xavier, por exemplo, é um deles, e acontece há quatro anos.

DIFICULDADES

- Pretendemos oferecer oficinas em quase todas as áreas da arte. Por enquanto não temos ainda um leque muito grande porque dependemos de voluntariado. A associação ainda não tem condições de pagar professores, e como existe um período de carência de um ano a partir da data em que começam a funcionar as oficinas para ter acesso às verbas públicas. A associação organiza alguns eventos, mas o lucro é praticamente zero. Você tem de comprar tudo, e na hora do acerto acaba não tendo lucro para poder investir na associação e nas oficinas, comprar equipamentos e material para os oficineiros, que são pessoas maravilhosas, que estão doando o tempo que têm, então não podemos exigir que eles gastem o dinheiro próprio com o material necessário nas oficinas - explica Marlene.

OFICINAS

Por enquanto estão sendo realizadas quatro oficinas: de artesanato, que está sendo realizada na Casa de Passagem, ministrada exclusivamente para os internos, que são crianças e adolescentes que de alguma maneira sofreram algum tipo de violência, seja doméstica ou até mesmo de abuso sexual.

Aproximadamente 15 meninas participam da oficina que também será realizada na escola João de Freitas Neto a partir de sábado.

Já na próxima semana começa na Casa da Juventude, a oficina de dança afro com Cemilda Luciana, sendo vinte vagas para jovens entre 12 e 20 anos de idade. Na Casa do tambor começa a oficina de musica folclórica com Tico Lopes. Serão vinte vagas para jovens de 08 a 14 anos.

Na Casa da juventude, nas terças e quintas-feiras vai acontecer um atendimento psicológico com a psicóloga Valéria Wolker. Esse atendimento vai atender crianças que vivem em áreas de risco e estendendo esse atendimento às famílias dessas crianças

- Como não temos sede, transformamos nosso projeto em algo itinerante. Estamos atendendo nos núcleos onde existem necessidades. Nós levamos os projetos e oferecemos aos coordenadores de cada unidade que decidem o que é melhor para os jovens, escolhem, e a gente leva os oficineiros até lá. O que queremos é atender aos necessitados mesmo. É um leque muito abrangente, mas estamos dependendo de voluntários - diz Marlene.

OBJETIVOS SENDO ALCANÇADOS

De acordo com Marlene nessas primeiras oficinas devem participar cerca de 60 pessoas, mas que futuramente serão abertas outras oficinas como de capoeira, artesanato e pintura em tecido. Para Marlene Xavier os objetivos da Associação Sociocultural Igor Vive aos poucos vão sendo atingidos.

- O objetivo vem sendo atingido aos poucos, mas acredito que vai engrenar, porque a cada dia que passa a gente vê que a disponibilidade das pessoas está aumentando, tanto de oficineiros voluntários como de participantes das oficinas. Existem varias pessoas querendo participar, mas cada oficina tem um limite de vagas que só poderá ser aumentado com a colaboração de todos. A dificuldade maior é financeira, até na questão do registro da associação no cartório, não fica barato, tivemos que trabalhar muito para consegui fazer esse registro. Daí em diante também não foi muito fácil, apesar de as pessoas que estão com a gente nesse projeto serem maravilhosas e nos ajudarem de todas as maneiras possíveis. Mas a questão financeira é que pesa. Às vezes a gente consegue o local para as oficinas, consegue os oficineiros, mas ou você tem o recurso para trazer essas crianças ou levar os oficineiros até lá. Então essa questão financeira é o grande problema..

2009

Marlene explica que para o ano de 2009 pretende conseguir, por doação ou mesmo por aluguel ou cessão, um local para que a associação tenha uma sede mais sólida. A partir disso as oficinas poderão ser ampliadas, atendendo a mais pessoas.

- Eu penso que não adianta você pegar uma criança e colocá-la para fazer um tipo de arte e que isso vai servir para recuperá-la, que vai dar uma profissão para ela, e às vezes nem é aquilo que a criança quer. É necessário ter mais opções para que esses jovens tenham escolha - afirma Marlene.

SERVIÇO

Quem quiser saber mais ou colaborar com a Associação Sociocultural Igor Vive pode ligar nos telefones: (38) 3214-5739 ou 3083-0437. A associação atualmente fica na rua Serra Vermelha, nº 75, Bairro Morada da Serra.

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