Paula Machado
Repórter
Nesta quinta-feira, 17, a peça escrita por Aldo Pereira, volta ao palco do Centro Cultural, com sessões às 19h e 21h. A comédia caipira promete arrancar muitas risadas da platéia. Os ingressos custam três reais.
A peça conta a história de três caipiras trapaceiros: Genaro, Zequinha e Firmino, que vivem aplicando pequenos golpes nas pessoas do sertão, e às vezes, até entre eles, como aconteceu com Firmino, ao comprar de seu Genaro, uma égua que já estava morta. Essa foi sem dúvida, a mais divertida e arquitetada trapaça do matuto, aplicada naquele que um dia possivelmente seria o seu Genro, já que o mesmo é apaixonado por Zita (filha de Genaro e irmã de Zequinha).
Entretanto, a situação mais esperada pelo público, ao assistir Firmino sendo enganado pelo futuro sogro e pelo suposto cunhado, fica para o final do espetáculo.
GRUPO
O grupo teatral foi criado em 1999 e completa neste ano, 20 anos de existência. Aldo que iniciou sua carreira no teatro em 1975, em Janaúba ao lado de Jackson Antunes – hoje ator da Rede Globo, Wilmar Soares - atual prefeito de Nova Porteirinha e Paulo Campos - artista plástico, que possui duas peças escritas por ele e já dirigiu seis peças de vários diretores consagrados interpretando-as.
PEÇA
As peças que fazem mais sucesso como revela o diretor é o defunto premiado, hoje a banda não sai e a rifa da égua morta. O grupo Oficinato nunca se apresentou fora da cidade, mas como Aldo cita, o grupo já recebeu três convites para se apresentar em Paracatu, em Divinópolis e no Rio de Janeiro.
Para o ator e diretor Aldo Pereira, o interesse do público em assistir aos teatros cresceu bastante, principalmente com a criação da mostra de teatro há sete anos.
- Quando se tem uma boa divulgação o público comparece mais. Apesar de que em Montes Claros ainda existem pessoas que nunca foram a um teatro – afirma ele.
Comenta ainda que as várias formas de divulgar a cultura cresceram no país, devido a diversos projetos realizados pelo governo e também por grandes empresas como a Petrobrás e a Vale do Rio doce que apóiam e investem na cultura.
- É uma pena que essas benfeitorias não atingem Montes Claros que necessita tanto delas. Nós não temos apoio financeiro e muito menos espaço para apresentar nossos espetáculos – diz Aldo.
Para Aldo, o objetivo maior de seu grupo sempre foi revelar os novos talentos, mostrar o potencial de seus alunos.
- Procuro sempre dar espaço para que esses novos talentos possam crescer. Inclusive dois ex-alunos meus estão hoje na TV Globo fazendo papéis pequenos como figurantes. Mas é assim mesmo! Começamos sempre de baixo para mais tarde alcançar lugares melhores. Eles estão ótimos, de parabéns – comenta o diretor orgulhoso.
O diferencial dessa sétima mostra de teatro, como explica Aldo, é que ela é competitiva. Vão acontecer premiações para várias categorias como, por exemplo, melhor ator, melhor atriz, melhor cenografia, melhor texto, melhor direção entre outras modalidades.
Segundo ele, os grupos teatrais de Montes Claros não convivem bem uns com os outros devido a brigas internas, e ainda ressalta que tem uma parceria com o grupo Grande Palco.
De acordo com Aldo é um grupo em ascensão na cidade e quem vai fazer a diferença.
NOVO TRABALHO
Segundo ele, Pirou na Parada é a nova criação que arrancará muitos risos do público. A proposta é mostrar pequenas situações hilárias, ocorridas num ponto de ônibus. Para escrever o texto, Aldo ficou diversas vezes se fingindo de passageiro, nos dois pontos mais movimentados de Montes Claros, que se localiza na Praça Dr. Carlos. Como ele diz, pôde presenciar de tudo um pouco: brigas de casais, bêbados, pregação da Bíblia, camelôs, shows e até apresentações de teatro.
Outros projetos já estão em andamento, como: a montagem da peça o Auto da Compadecida, e o roteiro que transformará a Rifa da Égua Morta em filme.
Mas tudo isso, segundo Aldo Pereira, vai depender da capitação de recursos financeiros para produzir esses e outros sonhos.