Jerúsia Arruda
Repórter
Se a arte é a representação de expressões e sentimentos humanos executada com estética e técnica, o trabalho de Léo Nobre revela um artista em plena erupção de sentimentos e emoções.
Graduando em Artes Plásticas pela Unimontes, expert em artes gráficas, Leonardo Nobre Soares, 25 anos, chama atenção pela forma como processa a intercessão entre sentimento e técnica, retratando o comportamento humano com um estilo que pode ser identificado pelo traço.
Iniciante na arte de pintar, mas já com identidade singular, o jovem artista já participou de exposição coletiva em Montes Claros com três peças, que foram vendidas de imediato. Com um acervo de 15 a 20 peças prontas e outras em fase de acabamento, se prepara para uma individual na galeria do Banco Mundial, em Brasília/DF, ainda neste ano.
- Nesse primeiro momento quero fazer um trabalho de divulgação e por isso não pretendo vender nenhuma peça. Após essa primeira individual, estou com um projeto de uma exposição itinerante, com um roteiro que inclui, além do Brasil, cidades da Argentina – diz.
Léo Nobre é um montes-clarense típico, que cresceu no bairro Morrinhos, onde a efervescência cultural pulula em cada canto, e da qual não conseguiu se furtar. De fala mansa, meigo e uma simplicidade desconcertante, o menino das artes plásticas possui uma genialidade nata e processo criativo que promete.
Com técnica vinílica sobre tela que tende ao expressionismo, Léo Nobre chama atenção pelo estilo que pode ser identificado pelo traço (fotos: Wilson Medeiros)
Com técnica vinílica sobre tela que tende ao expressionismo, apresentando, contudo, nuances peculiares que impedem classificar por um estilo pronto, suas peças retratam a observação da criança em diferentes momentos, ora triste, ora feliz, além de corpos, faces e caricaturas, sempre pintadas de forma a revelar, mais que a imagem, o sentimento e a emoção do personagem retratado.
No próximo dia 10 de novembro, na festa La Vie En Rose, promovida pela coluna Gente & Idéias deste periódico, Léo Nobre faz uma prévia da exposição que realizará no Banco Mundial, além de expor um painel selecionado especialmente para a ocasião.
Léo conta que desde pequeno gostava de desenhar e logo cedo começou a trabalhar com criação publicitária.
- Apesar de estar sempre criando, buscando uma forma de passar o conceito, a filosofia e a identidade de um produto através das artes gráficas, guardava em mim uma inquietação que não poderia expressar com a publicidade. Então resolvi fazer o curso de Artes e, motivado pelos colegas e professores, e inspirado pelos grandes pintores da cidade como Konstatin Christoff, João Rodrigues e Sérgio Ferreira, e pelo amor antigo que nutria pela obra de Picasso, Van Gog e tantos outros, resolvi arriscar e vi que poderia pintar também. O mais incrível foi perceber que ao pintar conseguia expressar exatamente o que sentia, e que era possível ia além de mim. Fui me redescobrindo junto com a pintura e hoje pretendo me dedicar exclusivamente à arte – conta.
Em parceria com o músico Hugo Nogueira, Léo se prepara para participar do projeto La Gran Sieter, em Rosário/Argentina, onde exporá seu trabalho com trilha sonora executada ao vivo por Hugo.