Da esquerda para a direita: Thiago Machale, 31 anos, e Victor Ribeiro, 14 anos (MONTAGEM/ARQUIVOS PESSOAIS)
Dois talentosos jovens pianistas subirão ao palco do Auditório Marina Lorenzo Fernández no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernández (CELF) nesta quinta-feira (20). O programa gratuito inclui uma rica seleção de peças de compositores brasileiros, abrangendo desde o período barroco até o moderno, passando pelo romantismo.
Thiago Machado Alexandre, de 31 anos, conhecido como Thiago Machale, é aluno da professora Simone Santos e sempre teve um forte apelo para a música e, incentivado pela mãe, foi matriculado no CELF aos 11 anos.
“Eu já tocava flauta doce nessa época e queria aprender violão. Na ocasião era possível fazer dois instrumentos. Então ela me matriculou no curso de violão e de piano. No início não gostei do piano, é um instrumento metódico que exige muita disciplina. Com o tempo passei a amar e se tornou meu instrumento preferido”, conta.
Para Thiago, o piano é um instrumento versátil e elegante e aconselha aos novos aprendizes.
“É maravilhoso. Exige também muita disciplina, esforço e continuidade. O conselho que dou é treinar muito e ter calma e paciência, pois as técnicas melhoram com o tempo. Mas quando você se sente mais à vontade com o instrumento, é possível se encaixar em vários ritmos e estilos musicais. Sobre a minha professora Simone Santos, quero dizer que ela é magnífica. Tenho muito a agradecer a ela, que me incentiva tanto. Ela me desafia sempre (risos). O sentimento é de gratidão e inspiração”, diz.
E para quem quer ter uma experiência diferente na noite da próxima quinta-feira, apreciar um pouco de música erudita ao piano solo, Machale convida: “É um recital feito com carinho e dedicação para encantar e trazer um pouco da música erudita para a vida das pessoas. E música para mim é minha expressão mais sincera, é terapia e também uma arte bonita que posso deixar para o mundo”, completa.
MÚSICA QUE ACALMA
Graças ao seu pai e ao lar musical em que cresceu, Victor Ribeiro tem 14 anos, desde cedo tomou gosto pela música, em especial pelo piano. Para ele, cada pessoa nasce para um instrumento, se identifica com ele de imediato.
“Comigo foi assim: na musicalização, aos meus nove anos no CELF, conheci o piano e sigo desde então”, conta.
Para o recital, diz que o trabalho foi intenso, de repetições incansáveis e entrega total para as peças.
“Quero entregar o melhor delas, cada uma tem um valor e uma mensagem e esses últimos dias são para lapidar cada uma delas. Organizamos, eu e o Thiago, e nossas professoras. Um recital em conjunto, mas cada um expõe as peças que trabalhou individualmente ao longo dos estudos. Quem sabe em uma próxima não tocamos a quatro mãos?”, diz.
Além do piano, Victor desenvolve outras atividades. “Sou um entusiasta da matemática, me envolvo frequentemente em concursos e programas por conta disso. Além do piano e dos números, gosto de poesias, pratico Muay Thai e, principalmente, me entrego para atividades na igreja em que frequento. E a minha fé está presente em todos esses lados. Ah, a música é o que me acalma, me estressa, me anima… Sinto como se eu pudesse enxergar ela, sabe? E o que eu mais gosto é que o som dela tem um poder e um alcance muito maior do que as minhas palavras”, diz.
Victor também revela que deve grande parte do seu desempenho à professora Maria Lúcia Avelar.
“Ela tem uma sensibilidade enorme para isso, e me instrui desde que comecei o curso. Na verdade, eu a conheci em um concurso alguns anos antes de ser aluno dela. É muito exigente e perfeccionista com as peças, cobra performance orquestral, mas sempre me deixa muito livre para expressar o que quero nas músicas”, diz.