Adeus a Marcos Guimarães: dramaturgo morreu nesta segunda-feira vítima de complicações da diabete

Dário Teixeira Cotrim
Da redação
21/04/2020 às 01:58.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:19
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

É muito triste saber que um amigo se vai. Desta vez quem parte é o companheiro e confrade das artes cênicas, o ilustre dramaturgo Marcos Guimarães. Nota-se que, de uns tempos pra cá, no cotidiano de cada um de nós, desfilam figuras humanas para a Casa do Pai. São os que sempre estiveram ao nosso lado, na alegria e na dor, cultivando na essência da vida o que de melhor a própria vida nos pode oferecer. 

Assim foi com Marcos Guimarães, o verdadeiro batalhador das artes em Montes Claros e que nos deixa no silêncio dos tempos. Ele também nos lega um conjunto de ideias e de valores em forma de fantasia e sonhos. Sabe-se que as ações definidas nos sonhos de cada um de nós restringem, quer seja no palco da vida, quer seja no espaço sideral, apenas em doces devaneios e nada mais do que tudo isso. Pode-se dizer que o espampanante Marcos Guimarães era um inveterado visionário. O teatro é, sem dúvida, a expressão mais dinâmica de representar a vida como ela é, e o ator sabia fazer desabrochar na mente de cada um de nós uma beleza ímpar de sentimentos, de amor, de ternura e de carinho.

Por outro lado, podemos afirmar com muita convicção que as tradições de nossa terra perdem um dos que mais incentivava a nossa cultura, desde a organização do Carnaval de fevereiro/março, passando pelas Festas de Agosto e rematando no divino momento natalino, quando celebramos com muita alegria o nascimento do menino Jesus.

A presença constante de Marcos Guimarães em todos esses momentos festivos representava a alegria para o povo montes-clarense, pois sabíamos da sua competência e do seu amor pela cultura e pela arte de nossa terra. Na verdade, em sua trajetória de vida, seguindo o seu exemplo, a gente vê presente uma trupe pelos bastidores do teatro, tendo como pano de fundo a imensa saudade de sua convivência benfazeja, bailando nas luzes coloridas dos holofotes, em vibrações contínuas. A magia da comunicação, nos trejeitos dos atores, tem o poder de transportar a plateia para o mundo da fantasia, uma missão que Marcos Guimarães fazia com perfeita dedicação.

Portanto, hoje, a nossa cidade de Montes Claros está de luto. Aliás, estamos todos nós de luto, tristes, pensativos e inconformados com a sua morte, “essa que vem de manso, em dia incerto e fecha os olhos dos que têm mais sono” (Alphonsus de Guimaraens).

O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros deverá fazer uma homenagem, na Revista deste semestre, para eternizar a vida e a obra deste extraordinário artista das artes cênicas. Obrigado, Marcos Guimarães, por tudo que você fez em favor das nossas tradições e dos nossos costumes. Em vista disso, o povo consternado e choroso aplaude com louvor a sua atuação no proscênio de uma história de amor que não termina aqui, pelo contrário, há de permanecer nos momentos em que ouvirmos mais uma vez um “deus ex machina: Respeitável público!” e a figura de Marcos Guimarães bailar por entre as cortinas do fundo, acenando para os espectadores, o encerramento de sua participação em definitivo. Requiescat in pace! 

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