Michelle Tondineli
Repórter
Montes Claros é conhecida nacionalmente como a cidade da arte e da cultura. Isto a partir de um contexto e de uma época (década de 1980) em que foi criado o eslogan, quando oferecia teatro, dança, música, filmes, festividades e outros atrativos para a população e visitantes. Hoje, são muitos os que questionam a falta de opções principalmente nos finais de semana, além dos mesmos barzinhos.
O acadêmico de Publicidade e Propaganda Guilherme Cardoso diz que procura sair da cidade nos finais de semana.
- Os barzinhos de Montes Claros são bons, mas cansa frequentar sempre os mesmos lugares e ver as mesmas pessoas. Não gosto de cinema, shopping nem teatro - afirma.
O estudante ainda fala que gosta de conhecer a cultura de outras cidades da região:
- Eu costumo ir muito a festas das cidades vizinhas, como Varzelândia, Nova Esperança (distrito de Moc), Francisco Sá. Acredito que, para melhorar, deve ter mais opção de locais na cidade, e até mesmo outras atividades. Teatro nem sempre é bom, e toda vez é no Centro Cultural, é fácil de enjoar.
A estudante de Geografia Iana Durães fala que existem opções em Moc, além de barzinhos da avenida, mas o que ela não vê é divulgação.
- Eu sei de algumas peças de teatro e de cinema, mas não costumo frequentar muito, como o Cinema comentado. Prefiro uma pipoquinha e cinema em casa, me dá mais liberdade e conforto - diz.
Ela completa que festas da região e da cidade são fundamentais para o conhecimento da cultura:
- As festas de agosto, do pequi, exposição, feirinha de artesanato, shows, festas das cidades vizinhas, tudo contribui para o conhecimento e regionalização da população mas, infelizmente, os jovens só pensam em festa, em bebida, e acaba deixando de lado o que importa.
Farmácia é a preferência de Roberto Caldeira como profissão, e ele concorda que na cidade faltam opções de entretenimento, cultura e lazer.
- Talvez, se tivesse algo mais valorizado na cidade, além de futebol e vôlei, tivesse um esporte como skate ou escalada, e fosse ligado e praticado em um lugar importante da região. Se a divulgação e os próprios jovens buscassem isso, seria de grande conhecimento cultural, explica.
Para ele, o que vale não é beber ou o lugar que esta, é a companhia dos amigos.
- Se eu tiver com algum amigo, ou com minha namorada, ou com a família eu aproveito da mesma forma. Em julho assisti uma orquestra sinfônica em Belo Horizonte, porque não trazer isso para a cidade? Assim, foge do mesmo teatro, do mesmo cinema, dos mesmos barzinhos, dos mesmos shows e dos mesmos eventos. Acredito que a cidade precisa passar por uma inovação, completa.
Já o estudante de cursinho, Ari Lacerda, barzinhos é bom, mas não trazem a tranqüilidade da natureza.
- No meu fim de semana, eu gosto de ir para cachoeiras, ou lugares com vista bonita. Prefiro que a minha cultura seja em contato com a natureza. Hoje, grande parte dos jovens só comete a poluição e o desmatamento. Tudo é uma questão de cultura e de costume, sendo importante o incentivo dos órgãos públicos e dos próprios pais, simplifica.